nistro me demitir das funções ou de a AD me irradiar. Devo dizer-lhe que fiz a minha intervenção no sentido construtivo, claro, franco, aberto e lúcido das nossas realidades. Suponho que nesse aspecto a Sra. Deputada não terá de me dar lições, porque o vosso partido é, como se sabe, muito mais ortodoxo e muito mais dogmático. Não o conheço porque não estou nele, mas é o que ouço dizer.
Risos do PSD e do CDS.
Peço-lhe, portanto, desculpa se a estou a ofender. Quanto ao Sr. Maior Mário Tomé, não podemos esquecer que o Sr. Major...
A Sra. Zita Seabra (PCP): - Sr. Deputado!
O Orador: - ... fez a sua preparação exactamente dentro daquela sociedade que nós, AD, repudiamos ou pelo menos queremos corrigir. Queremos uma justiça social, queremos uma democracia e queremos uma liberdade.
Em matéria de educação, sem querer ofender o Sr. Deputado, V. Exa. saberá apenas o A, B e C, A, arma; B, bomba; C, canhão.
Aplausos e risos do CDS e do PSD.
O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, peço a palavra para fazer um protesto.
Risos do PSD, do CDS e do PPM.
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria responder ao Sr. Deputado do CDS para lhe dizer que em matéria de educação não conheço só a arma, a bomba e o canhão...
O Sr. João Cantinho de Andrade (COS): - Conhece também a granada!
O Orador: - Isso não pertence à educação, embora devamos educar aqueles que são permanentemente alvo das vossas prepotências paira podermos combater e resistir a elas da forma que for necessário.
Uma voz do PSD: - A arma, a bomba e o canhão!
O Sr. João Cantinho de Andrade (CDS): - O nosso Governo ainda lá está!
O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra o Sr. Deputado Adriano Rodrigues.
O Sr. Adriano Rodrigues (CDS): - Sr. Deputado Mário Tomé, gostaria de o informar que eu escolhi uma carreira que hoje está aqui em debate democrático, que é a carreira do ensino, e não escolhi a carreira das armas.
Vozes do CDS: - Muito bem!
O Orador: - V. Exa. escolheu a carreira das armas, foi seu propósito ser ajudante-de-campo do Sr. General Kaúlza de Arriaga, servir o antigo regime, estar ao serviço do colonialismo, e agora vem para aqui dar-nos lições de civismo, de educação e de amor à democracia.
Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Isso realmente é demais!
O Sr. Mário Tomé (UDP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tem V. Exa. a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Para não fazer perder tempo, gostaria apenas de dizer que fiz uma determinada apreciação daquilo que o Sr. Deputado tinha dito e que V. Exa. não me respondeu nesses termos.
Uma voz do PSD: - Está bem, deixa!
O Orador: - Não estou aqui a armar-me em mais ou em menos educado.
O Sr. Deputado não respondeu nos termos em que devia ter respondido, pois devia ter explicado, não só a mim ou aos deputados, mas também às pessoas que aqui se encontram e ao povo em geral, que efectivamente o vosso projecto de sociedade não tem nada a ver com as preocupações que por vezes pretendem mostrar acerca da educação do povo português. Foi fundamentalmente essa a questão que lhe coloquei, mas a isso o Sr. Deputado não respondeu porque o não podia fazer, porque os projectos de educação que têm são para a perpetuação da sociedade de exploração que os senhores defendem e querem intensificar.
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Surgiu o novo educador da classe operária!
O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra a Sra. Deputada Maria Amélia de Azevedo.
A Sra. Maria Amélia de Azevedo (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A Sra. Deputada Teresa Ambrósio já há pouco na sua primeira intervenção, que