88,1 % professores profissionalizados, 9,3 % com habilitação própria e 2,6% com habilitação suficiente, faltando professores para 55 .turmas nas diferentes disciplinas e situando-se 24 destas turmas em Lisboa. Recordemos que o número de turmas da via de ensino a nível nacional é 3762.

Também o problema da avaliação dos alunos do 12.º ano para o ano escolar 1980-1981 que preocupava -como é natural- alunos, famílias e professores foi cuidadosamente analisado pelo Ministério da Educação e Ciência, que sobre este problema publicou o Despacho n.º 48/81, de 17 de Fevereiro, que, atendendo às dificuldades de lançamento do 12.º ano, estabelece critérios especiais para o corrente ano escolar no sentido de uniformizar a avaliação dos alunos da via de ensino a nível nacional, de modo que não sejam prejudicados com uma classificação injusta.

Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Apesar das muitas críticas que são feitas pela oposição ao funcionamento do 12.º ano de escolaridade, ele é melhor do que foi o do Serviço Cívico Estudantil e o do ano propedêutico.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Sra. Teresa Ambrósio (PS): - Veremos!

A Oradora: - Estes dois esquemas foram montados anteriormente pela oposição, eram ambos mais facete do que é o do 12.º ano, não tiveram um volume tão grande de alunos como item este ano terminal do ensino secundário e ambos -Serviço Cívico Estudantil e ano propedêutico - falharam rotundamente,

Aplausos do PSD e do CDS.

Como pôde vir agora aqui a oposição criticar o 12.º ano se, na prática, não foi capaz de montar esquemas mais fáceis?

Qual é a autoridade moral que tem para o fazer?

Vozes do PSD, do CDS e do PPM: - Muito bem!

A Oradora: - Quem não se lembra do péssimo funcionamento do Serviço Cívico Estudante e de como se revelou incapaz de colocar um grande número de alunos? O que é que ele trouxe aos alunos de preparação para a universidade?

A Sra. Teresa Ambrósio (PS): - E este?

propedêutico foram criados muito tardiamente e só em alguns estabelecimentos de ensino secundário. Mostraram-se totalmente incapazes de resolver, os problemas dos alunos que os procuravam. Nunca foram devidamente apetrechados com as bibliotecas, que inicialmente pareciam ter-lhes sido destinadas. Os monitores das diferentes disciplinas (quando os havia) não tinham formação especifica para acompanhar alunos que recebiam aulas pela televisão e o tempo previsto para darem assistência ao centro dê apoio era insuficiente.

Era socialmente discriminatório.

Uma voz do PS -Este não é?!...

A Oradora: - O princípio constitucional da igualdade de oportunidades começava logo por não existir desde o início, .pois nem todos os alunos dispunham de um aparelho de televisão.

A Sra. Teresa Ambrósio (PS):- E estes, dispõem de escola? Oh, Sra. Deputada!...

A Oradora: - Além disso, as lições transmitidas a partir da manhã de 14 de Novembro de 1977 através do 1.º canal não estavam ao alcance da maioria dos estudantes trabalhadores, já que colidiam com o horário normal de trabalho. Esta situação só foi alterada em 2 de Janeiro de 1978 com o início de transmissão à tarde através do 2.º canal. Mas as discriminações continuaram visto que, por um lado, muitos aparelhos não estavam ainda- munidos de UHF e; por outro, havia muitas regiões onde o 2.º canal era captado com muita dificuldade ou não era mesmo captado, como por exemplo no Algarve.

Vozes do CDS: - Muito bem!

A Oradora: - Devido às falhas de toda a ordem que existiam no ano propedêutico, os alunos, sentindo-se completa mente desorientados, procuravam recorrer a professores particulares, demandando o ensino presencial que lhes não era ministrado e tentando esclarecer as dúvidas das matérias que o sistema lhes deixava em aberto. Porém, só os alunos pertencentes a classes sociais mais privilegiadas economicamente podiam socorrer-se destes meios que não estavam ao alcance da grande maioria dos estudantes. Surgem, assim, mais discriminações de carácter sócio-económico e também regional, visto que os alunos que habitavam os grandes centros tinham maior facilidade de encontrar professores particulares especializados nas diferentes matérias que constituíam o ano propedêutico, enquanto isto se tornava extraordinariamente difícil aos estudantes das pequenas cidades e vilas do interior. Toda esta situação provocou graves injustiças sociais.

Se atentarmos nos títulos de artigos de vários jornais referentes a esse período veremos como a im-