de poderes entre- três conselhos- - directivo, científico e pedagógico-, afastando a pretensa soberania da assembleia geral da escola; a criação, desde essa altura, praticamente em todas as escolas, de um clima de liberdade de expressão de todas as correntes políticas e ideológicas e de empenhada participação nas decisões escolares...

A Sra. Teresa Ambrósio (PS): - Muito bem!

O Orador - ... e a universidade tem sido um banco de ensaio de como a democracia moderna tem de ser representativa, para ser pluralista; a reintegração ao serviço de todos ou quase todos os professores e - assistentes perseguidos ou saneados por motivos políticos, antes de 1974 e durante 1974 e 1975;

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador - Alguma diversidade de métodos de ensino e de avaliação; a criação de dois órgãos de consulta e coordenação, o Conselho Nacional do Ensino Superior e o Conselho de Reitores, se bem que com as limitações decorrentes do estado de autonomia das universidades; o início de relações de cooperação com os novos países africanos de expressão portuguesa,...

A Sra. Teresa Ambrósio (PS): - Muito bem!

O Orador - ... tantas vezes com sacrifício de dedicados docentes;

O Sr.. César Oliveira (UEDS): - Muito bem!

órgãos de governo próprio das universidades públicas em paralelo com as que existem já nas faculdades. Nela se prevêem uma assembleia de universidade, um reitor e um conselho universitário electivos, bem como - para reforçar á ligação da universidade com a comunidade nacional-, a representação das universidades no Conselho Nacional do Plano e a representação dos interesses- sociais hão lucrativos e das autarquias locais na assembleia da universidade.

Comprovamos, assim, Sr. - Presidente e Srs. Deputados, as nossas intenções eminentemente construtivas. Sabemos, por experiência própria, que a problemática da educação é demasiado séria, envolve demasiado o presente e o futuro do nosso povo, para não se dever transformar em campo de batalhas verbais. Estamos certos de que os demais deputados e grupos parlamentares participam desta convicção. Esperamos que o Governo interpelado dê a esta Câmara os esclarecimentos que lhe cumpre dar. Fazemos votos por que o País e, antes de mais, professores e alunos possam encontrar, a final, mais razões de confiança do que os motivos de desalento e de perturbação que, por enquanto, os invadem.

Aplausos da ASDI, do PSD, do PS, do CDS, do PPM, da UEDS e do MDP/CDE.

O Sr. Costa Andrade (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente:- Para que efeito?

O Sr. Costa Andrade (PSD): - Para protestar, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Costa Andrade (PSD):-O Sr. Deputado Jorge Miranda acaba de produzir uma intervenção quê, sem hipocrisia, nós poderíamos aqui aplaudir...

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Não perceberam!

O Orador: -Podaríamos aplaudi-la quase integralmente e só o não fizemos porque, precisamente no momento em que o Sr. Deputado Jorge Miranda fazia o seu, diagnóstico da situação, mais ou menos correcto, indicava um conjunto de deficiências que não poderiam, minimamente, ser imputadas a este governo. Indicava, por exemplo, os erros em português dos estudantes que chegam à universidade -e é verdade-, mas este governo não pode ser responsabilizado pelo português que está mal ensinado, vai para- muitos anos. O Sr. Deputado Jorge Miranda indicava a falta de instalações, e é verdade, mas não sé fazem universidades novas em dois meses de governo, na melhor das hipóteses, num ano e pouco. E o Sr. Deputado Jorge Miranda denunciava o carácter feudal de muitas escolas, carácter feudal que naturalmente pressupõe feudos, e é verdade, mas os senhores feudais não se afastam sem uma lenta revolução, que leva tempo a modificar o espírito e as concepções culturais.

Quando tudo isto se fazia a bancada interpelante aplaudia. Os primeiros aplausos que ocorreram da bancada interpelante deram-se, precisamente, nesta altura, quando o Sr: Deputado Jorge Miranda fazia um diagnóstico da situação e indicava um conjunto de medidas, que a seguir veio classificar, veio caracterizar como não podendo ser imputadas a este governo. E aí está, Sr. Deputado César Oliveira, a razão por que não aplaudimos. É porque ficámos confusos. Afinal, a bancada da oposição aplaudia aquilo que da situação actual é imputável ao passado, passado onde a bancada da oposição tem mais responsabilidades do que este Governo?... Que poderíamos nós aplaudir? Não podíamos fazê-lo.