A integração na Comunidade Europeia, por seu lado, exige um esforço partilhado, que aios, é bom recordá-lo, não negámos quando éramos oposição e quando o Governo minoritário do Partido Socialista aqui o veio pedir.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador - Recordem-se ainda os nossos colegas dessas bancadas, antes de acompanhar certos coros injustos e ofensivos lançados de outras bandas, que há também do nosso lado pessoas que têm passado de luta pela democracia, que acima de tudo continuarão a defender, e que não merecem ver posto em dúvida aquilo de que sempre deram provas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Nada diremos sobre certa força não democrática oposicionista, que julgamos incuravelmente fossilizada.

Risos do PSD.

Desde 1934, quando o Komintern substituiu a táctica da classe contra classe pela da mão estendida, que não se via na Europa uma campanha baseada no ataque pessoal e no insulto. Muitos votos por causa dela perdeu, muitos outros lhe fugirão ainda, até que se convença que Staline já morreu e que os que o seguirem serio cadáveres adiados Que não procriam.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vamos ventar a plena confiança neste Governo. Vamos com ele caminhar para a democracia plena, sem as tutelas que ainda a maculam, para que os Portugueses sejam senhores do seu destino, para que, asam, se cumpra a esperança.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

Aplausos do PSD. do CDS e do PPM.

O Sr. Primeiro-Ministro (Sá Carneiro): -Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ao apresentar o pedido de um voto de confiança, o Governo tinha a consciência de que cumpria os seus deveres perante o Parlamento e de que contribuía assim para o prestígio da instituição parlamentar.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Muito bem!

O Orador. - Não esperávamos, evidentemente, encontrar aqui uma oposição eufórica ou entusiasmada, dado que no dia 5 de Outubro ela fortemente definhou: definhou o PCP, definhou o MDP/CDE e até a FRS teve menos votos do que o Partido Socialista.

Sabíamos não encontrar uma maioria triunfalista, porque não o somos na Aliança Democrática, e sabemos interpretar e assumir uma grande vitória eleitoral como a de 5 de Outubro mais como uma responsabilidade acrescida face à nossa geração, ao nosso povo, ao nosso país e à comunidade internacional, do que como motivo de triunfalismos ou tentativas de esmagamento que nunca saberíamos praticar, mesmo nós que fomos objecto de tentativas de esmagamento quando outros estiveram no Poder.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Mas não supúnhamos encontrar aqui uma oposição tão ressabiada, tão recalcada-de facto, isso foi uma surpresa. E deixando ide. lado afloramentos de recalcamentos mesquinhos de que importa não curar, debrucemo-nos sobre o significado do recalcamento político da oposição que aqui aflorou.

Não foram manifestamente razões constitucionais, porque mesmo certos rabugentos ayatollahs da Constituição...

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

... não conseguiram apresentar argumentos válidos para atacar a nossa iniciativa no plano constitucional, pese embora àqueles que, esquecendo a Constituição a que tanto se dizem afeiçoados, nos vieram há pouco dizer que uma moção de confiança tinha de ter como substrato aquilo que o Governo se propunha fazer, quando a Constituição diz claramente que a moção de confiança incide sobre uma declaração de política geral, que eu fiz aqui anteontem como Primeiro-Ministro.

Aplausos do PSD, do CDS s? do PPM.

Não foram frustrações constitucionais as razões do ressabiamento e do azedume da oposição-e o Sr. Deputado Ferreira do Amaral há pouco já falou nas razões desse azedume.

O que à oposição doeu - e aqui se traduziu - é que o Governo não se tivesse demitido, porque ela queria que assim fosse para oferecer ao seu candidato a oportunidade de uma procissão para formar Governo, de uma cerimónia de propagando eleitoral presidencial, e foi por isso que a aposição tanto protestou porque o Governo não se demitiu e o seu candidato não pôde ter mais essa cerimónia abusiva de propaganda eleitoral presidencial. Eis a razão.

Aplausos do PSD. do CDS e do PPM.

manhã o Sr. Deputado Almeida Santos. Se não foi,