deste homem à Presidência revela bom quais são os desígnios fundamentais da estratégia da AD e do seu Governo. É por isso que a UDP diz aos trabalhadores que neste momento é preciso apoiar um candidato que se oponha firmemente a este candidato e que reforce a luta do povo e que lhe permita efectivamente derrotar a AD, a todos os níveis, nos locais de trabalho e também nestas eleições presidenciais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Miranda.

responsável perante esta Assembleia e perante o Presidente da República. Queríamos que houvesse um governo, e não um governo que, colocando-se na condição de governo a prazo ou prorrogada, ao mesmo tempo contraditoriamente - anuncia o Plano a Médio Prazo e um pacote de iniciativas legislativas de fundo.

órgãos, com funções específicas - a Assembleia e o Presidente. E nisto está exactamente o perigo da concentração de poderes.

Eis porque, Sr. Presidente e Srs. Deputados, não demos o nosso voto favorável a esta moção.

Antes de terminar, contudo, ainda uma palavra acerca de um facto que acabámos de ter conhecimento: o facto de a RTP ter criado condições que dificultam extraordinariamente a transmissão deste debate hoje, logo a seguir ao Telejornal. Tal facto, revelador do estado da comunicação social estatizada, leva-nos a pedir, em nome do nosso grupo parlamentar e no dos grupos parlamentares do PS e da UEDS, a abertura de um inquérito parlamentar.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Muito bem!

O Orador:- E esse estado seria mais um motivo para que votássemos contra a moção.

Aplausos da ASDI, do PS e da UEDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Borges de Carvalho.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Sr. Presidente, suponho que ainda tenho um minuto e meio para fazer uma curta declaração de voto, se V. Exa. me permitisse.

O Sr. Presidente:- Tem toda a razão, Sr. Deputado, faça favor.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: o sentido do nosso voto foi expresso com clareza no curso do debate: este governo e a sua maioria não mereceram a nossa confiança, tal como não mereceram a confiança dos demais grupos parlamentares da Frente Republicana e Socialista.

De nós pode pois o governo e a maioria esperar uma oposição clara, frontal e leal.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Leal?!!

O Orador:- Tal clareza, frontalidade e lealdade nem sempre foram contudo apanágio das intervenções do governo e das bancadas que o apoiam.

E se no fim do debate nos fica na boca um travo amargo não é tanto pelo resultado da votação mas sobretudo pela forma arrogante e quezilenta como o governo e a maioria aqui se comportaram.

A sede de vingança é, pensamos nós sinceramente, a suprema expressão do recalcamento. A intervenção final do Sr. Primeiro-Ministro disso foi aliás cabal prova.

Com as armas e os barões artilheiros utilizados pela AD neste debate a este Governo e a esta maioria não auguramos grande futuro.

O futuro servirá para demonstrar que os equívocos sobre que assentou esta moção de confiança por vontade própria da AD não servem a democracia nem prestigiam o Parlamento.

A menos que seja isso mesmo que se pretende!

Por isso, obviamente, votamos contra!

Aplausos da UEDS e do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Borges de Carvalho.

O Sr. Borges de Carvalho (PPM): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Somos deputados por mandato popular. Tal mandato, no que respeita à maioria foi, além de confirmado, larga-