Solução que agora nos aparece mesclada de uma ponte ferroviária capaz de no futuro poder ser adaptada também ao trânsito rodoviário.

Somos descrentes de soluções de adaptação, mor(...) em realizações de tanta monta.

Uma última palavra. O problema de que venho tratando tem, e muito, a ver com a questão da navegabilidade do rio Douro. E quero aqui deixar bem expresso que esta questão da navegabilidade fluvial para nós, uma questão irreversível.

Fizemos dela, no círculo do Porto, bandeira de programa eleitoral. Anunciámo-la e prometemo-la e queremos cumprir.

Aplausos do PSD, do CDS c de alguns deputados do PS.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Vá falar com o Balsemão.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos discutir agora o voto apresentado pelo PS e pela UEDS referente à nacionalização da banca.

Dos partidos proponentes algum Sr. Deputado deseja usar da palavra?

Pausa.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: Tem V. Exa. a palavra, Sr. Deputado Carlos Lage.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: o voto de congratulação pela nacionalização da banca foi proposto há mais de um mês, em data oportuna, para que também a Assembleia da República se pudesse associar à comercialização de uma data que foi muito importante para a revolução portuguesa.

De facto, por razões que se prendem com o mau funcionamento do período de antes da ordem do dia e com o excesso de votos, viu-se protelado indefinidamente esse voto. Hoje, a um mês e tal de distância, não terá tanto um sentido de comemoração, mas, com certeza, um sentido de reafirmação de posições.

O Partido Socialista, ao apoiar este voto, quer exprimir a sua total concordância com a nacionalização da banca e com o desmantelamento dos grandes grupos capitalistas que dominavam não só a economia portuguesa, como tinham tal poder que controlavam a sociedade portuguesa, a sua política e as suas formas de expressão, lendo assim uma clara hegemonia no nosso país.

Foi, de facto, um momento alto da revolução portuguesa o desmantelamento dos grandes grupos económicos e Financeiros que avassalavam a economia Portuguesa e a tinham sob o mais completo domínio e controle.

Foi imprescindível a nacionalização da banca e de outras grandes empresas estratégicas da economia para que Portugal pudesse optar por um modelo de desenvolvimento económico ao serviço das classes trabalhadoras, ao serviço da colectividade, ao serviço ao serviço dos trabalhadores portugueses.

Ainda não foi tirado todo o proveito e todo o sentido - para uma democracia económica e social autêntica - da nacionalização da banca e de outras grandes empresas colocadas nos sectores básicos e estratégicos da nossa, economia. Não o foi porque, devido às vicissitudes da política portuguesa nos últimos anos, também ainda não foi possível realizar um modelo de desenvolvimento económico e uma política económica ao serviço do povo e dos ideais que estão inscritos na Constituição da R epública Portuguesa.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Muito bem!

ter sido comemorado esse acontecimento, se nós tivéssemos tido oportunidade de discutir e votar este voto.

Aplausos do PS, do PCP, da UEDS e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Saudar nesta Assembleia a data do 6.º aniversário da nacionalização da banca é um facto político muito importante e de plena actualidade que ultrapassa a figura da efeméride.

Para os que teimam em silenciar, por conveniência os factos históricos recordamos que durante dezenas de anos a banca constituiu um elemento poderoso ao serviço da acumulação capitalista dos grupos monopolistas base material do regime opressor e ditatorial que dominou e estrangulou todas as potencialidades do nosso povo e da nossa pátria, colocando-nos na cauda da Europa em todos os indicadores económicos e sociais.

A nacionalização da banca, tornada possível em 15 de Abril de 1974, transferiu para o poder político democrático instrumentos fundamentais para o comando e controlo da economia, visou acabar com a pressão dos grupos monopolistas sobre o podei político e desviar a aplicação de recursos financeiros de investimentos especulativos para investimentos produtivos.