saúde deverá, sem deixar de descuidar o sector curativo, orientar as suas acções no sentido do desenvolvimento dos conhecimentos que o cidadão deve ter para preservar a sua saúde e promover a saúde do seu agregado familiar e da comunidade onde se insere.
A responsabilidade dos cuidados primários deverá estar a cargo de clínicos gerais, enfermeiras de saúde pública e pessoal paramédico, prestigiado, profissionalizado e convenientemente retribuído!
Para tal será forçoso rever, a nível das escolas e das instituições de saúde, o tipo de formação pré e pós-graduado, actualmente degradado e desmotivador.
Uma última palavra sobre o segundo ponto: o profissional de saúde.
Não é pagando-lhes mal em vários locais ao mesmo tempo que os utentes e o Estado beneficiam. Acabe-se definitivamente com o escândalo e a ambiguidade que o pluriemprego representa - em particular, o pluriemprego médico.
Vozes da UEDS: - Muito bem!
O Orador - Responsabilizem-se e dêem-se garantias sociais e económicas aos técnicos a trabalhar nas instituições de saúde.
Exija-se então o cumprimento dos seus deveres para com o cidadão e para com a instituição e tenha-se a coragem de resolver definitivamente o problema da responsabilidade civil dos técnicos de saúde.
Quem não estiver interessado em trabalhar nestes moldes continuará a ter um caminho - a medicina livre -, que poderá sem dúvida ter funções supletivas e ser prestigiada tal como se passa em muitos países da Europa, Europa com que os senhores da maioria tantas vezes enchem a boca, sem a conhecerem efectivamente. De uma Europa que, como aqui já foi afirmado por Teresa Santa Clara Gomes, nós queremos construir solidária, cívica e dialogante.
Uma Europa de bem-estar material, mas também a Europa dos bens de espírito e da cultura.
Em resumo, uma Europa, um país e uma política saudáveis, que se contraponham à política doentia que tem sido a política dos últimos governos no sector da saúde.
Como nos Serviços Médico-Sociais os senhores da maioria têm receitado, receitado receitas, mas não cuidam de dialogar com o doente nem de fazer o diagnóstico correcto e muito menos de impedir a doença.
Aplausos da UEDS, do PS, do PCP, da ASDI e do MDP/CDE.
Neste momento assumiu a presidência o Sr. Vice-Presidente José Vitoriano.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados...
O Sr. Secretário de Estado da Saúde (Paulo Mendo): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Secretário de Estado?
O Sr. Secretário de Estado da Saúde: - Para fazer uma intervenção, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Nesse caso, V. Ex.ª fica inscrito e, na altura própria, ser-lhe-á dada a palavra.
A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Sr. Presidente, o PCP não tem qualquer probelma em ceder a nossa vez ao Sr. Secretário de Estado, até porque, salvo o erro, todos os oradores que se encontram na Mesa são do PCP.
Portanto, de bom grado cedemos o nosso lugar ao Governo, reservando-nos para depois.
O Sr. Presidente: - Simplesmente, a seguir ao PCP está inscrito o Sr. Deputado Mário Tomé, depois um outro Sr. Deputado do PCP, ainda um orador do PSD - Sr. Deputado António Lacerda -, bem como ainda o Sr. Deputado Fernando Verdasca, do PS. e o Sr. Deputado Valdemar Alves, do PSD.
O Sr. Carlos Brito (PCP): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr. Deputado.
O Sf. Carlos Brito .(PCP): - Sr. Presidente, o que nós propusemos foi trocar o primeiro lugar na ordem das inscrições, que pertence ao PCP, com o Sr. Secretário de Estado da Saúde, mantendo-se os restantes lugares.
O Sr. Presidente: - Sendo assim e se estiver de acordo com esta troca, .-tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Saúde.
O Sr. Secretário de Estado da Saúde: - Sr. Presi-. dente, Srs. Deputados: Assistimos até agora a uma discussão sobre problemas de saúde que, como é habitual, incidiu sobretudo em problemas de cariz político, ...
Vozes do PCP: - Essa é boa!