Ou será o mesmo suspenso?
Se no mesmo ano os centros de saúde prestaram 994 446 consultas de pediatria e os Serviços Médico-Sociais, l 777 262 consultas, como será possível fazer todas estas consultas, nos novos centros?
Como vai ser integrado o pessoal administrativo?
Não acredito, Sr. Ministro, que pense apenas mudar-lhe o nome, e por isso muito gostaria que nos explicasse como pensa poderem vir a funcionar os novos centros.
Mas quem chefiará esses centros? Serão os generalistas? Se assim for, que futuro para os actuais delegados e subdelegados de saúde? Qual a sua carreira? Será uma carreira paralela, como ontem ouvi dizer? Ficarão subordinados aos generalistas? Se foram os generalistas a chefiar os centros, que funções lhes cabem? Médicas ou administrativas?
Mas deixe-me perguntar-lhe ainda, Sr. Ministro: o que são os generalistas?
Serão os criados pela Portaria n.º 444-A/80? Mas essa portaria é para generalistas ou clínicos gerais? Julgamos ser quê, se eu com 500$ tenho os que quero?
Disse-nos também o Sr. Secretário de Estado da Saúde que os especialistas, após o exame final, ficarão a aguardar a abertura de vagas nos hospitais.
Mas quem abre essas vagas? Serão os próprios hospitais?
Se assim for, parece-me que voltamos ao tempo das misericórdias, em que só se abria vaga quando havia um filho ou afilhado, e até se esperavam anos por ele.
Voltaremos ao tempo do antigamente?
Já agora gostaria também que nos fosse comunicado qual o número de médicos que aderiram à convenção com os Serviços Médico-Sociais.
Consta que o MAS vai abrir centenas de vagas nos novos centros de saúde. Mas quem irá preencher essas vagas? Os generalistas? Ao que se sabe, ainda os não há.
Os que acabaram a medicina tutelada? Mas estes, juntamente com os P3, P4 e alguns P5, aguardam exame de saída para ingressar nas especialidades.
Então quem 6 que irá ocupar essas vagas?
Pergunto ainda, Sr. Ministro: os generalistas onde fazem o estágio? Nós hospitais ou nos centros de saúde? A pergunta foi-me feita por eles, que andam perdidos, sem qualquer tipo de orientação.
O estágio é de dezoito meses ou de três anos? Qual o acesso na sua carreira? Atingem o grau mais elevado quando chefiam os centros de saúde?
Que pensa o Sr. Ministro sobre a continuação do serviço médico à periferia? Vai mante-lo para o ano?
Caso continue, espero que o Governo tome as medidas necessárias para evitar o descalabro e a pouca vergonha que aconteceu este ano, em que todos os motivos serviram para que os médicos colocados em determinado distrito fossem mudados, utilizando as chamadas causas especiais - falta de alojamento, gravidez, doença, correcção de nota, etc.
Por este motivo Bragança ficou com menos 50 % dos médicos pedidos, Castelo Branco e Guarda, cerca de 30%, enquanto o litoral ficou com um número muito superior ao pedido e ao necessário. Bragança - particularmente o concelho de Orador - Que se passa com o Estatuto do Enfermeiro, que já foi entregue há cerca de um ano ao Governo?
Para quando os quadros completos e adequados às necessidades do pessoal de enfermagem, dos Serviços Médico-Sociais e dos hospitais concelhios?
Para quando a revisão dos quadros de enfermeiros dos hospitais centrais e distritais, que são insuficientes e não têm capacidade de resposta para o serviço que lhes é solicitado?
Quanto ao ensino pós-base, qual a razão por que Lisboa tem os cursos de Administração, Ensino, Psiquiatria, Pediatria, Saúde Pública, Reabilitação e Obstetrícia, o Porto tem Obstetrícia e desde Abril Administração e Coimbra só tem Obstetrícia?
Será que Portugal continuará a ser só Lisboa?
É esta a descentralização do actual governo?