Por último, não podemos deixar de reprovar os actos terroristas que, conexos com a situação da Irlanda do Norte, se praticam em diversos pontos do Mundo de que recentemente tivemos o exemplo em Lisboa.

O terrorismo é uma ameaça sobre - uma sociedade civilizada, é um perigo que pende sobre as nossas sociedade e que pode fazer gangrenar o próprio tecido da sociedade democrática. Contra ele temos de erguer a nossa voz e que emitir a nossa firme reprovação.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

O Sr. Pressente: - Tem a palavra o Sr, Deputado Costa Andrade.

podemos deixar de abarcar coisas em toda a sua plenitude. São direitos humanos que estão em causa, mas todos os direitos humanos que estão em causa;...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Muito bem!

O Orador - Pelo menos, não foi mostrado com rigor que num documento com a responsabilidade de um voto desta Câmara se possa falar sem mais de preso político, sendo certo que, à luz dos nossos direitos fundamentais, quanto às relações com as classificações desta figura, quando contendo relações entre Estados, nos devemos pautar pelas nossas próprias qualificações. Portanto, não é seguro, peio menos, não, foi demonstrado, que todos estes actos se pudessem, sem mais, classificar de crimes políticos.

Pelo menos, uma coisa é segura: à luz do direito britânico, portanto à luz do direito definido pelo parlamento por deputados conservadores e por deputados trabalhistas, este acto tinha deixado de ser considerado um crime político. Não recusamos que a luta de Robert Sands e o seu próprio holocausto foram uma luta política, uma luta em reivindicação de um estatuto político. Contudo, só de ânimo teve podíamos aceitar que aqui se falasse mais de preso político.

O Sr. Deputado Lopes Cardoso acusou-nos de falarmos em deputado Robert Sands, e não em deputado eleito. Isso era redundante, Sr. Deputado...

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - A questão não é minha, mas sim da maioria. O Sr. Deputado Luís Coimbra é que achava que falar em deputado eleito era um dos crimes de que o vosso voto era passível.

O Orador: - O ocorrido com a bomba em Lisboa parece-nos que, num. caso como este, faz parte do processo. Este processo não pode silenciar esse incidente. Também por essas razões, preferimos o nosso voto de pesar, pois em relação ao seu conteúdo temos certezas. É, pois, em nome dessas certezas que votamos e, em nosso entender, só podemos dar o peso moral desta Câmara em relação a coisas de que tenhamos certezas. Quanto ao voto de pesar da UEDS, ficaram-nos algumas dúvidas e, por isso, não o podíamos aprovar.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado João Lima.

O Sr. João Lima (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A Aliança Democrática quis lavar a sua cera com a apresentação deste voto de pesar. Mas, realmente, não o conseguiu, porque há nódoas que não saem.

Realmente, é uma má maneira de ultrapassar o próprio buraco em que se sentiu caída, com contradições de sentimentos e de valores - foi aqui há pouco afirmado isso por um Sr. Deputado das bancadas da maioria- exprimindo agora o pesar por uma circunstância que há bocado não lhe merecia pesar.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Os termos eram diferentes!

O Orador: - Gostaria de referir que, embora nós sejamos contra a violência, não aceitamos que as violências praticadas pelas autoridades em nome do Estado sejam um bem e que os actos de violência praticado por cidadãos em sua defesa sejam um terrorismo sistemático. É uma linguagem que não é do nosso tempo, é uma linguagem retrógrada e é uma linguagem que não se pode aceitar.

Dissemos há pouco que defendíamos os valores da vida sem ambiguidades. Dissemo-lo claramente, sem que com isso quiséssemos dar apoio político, seja a quem for.

Srs. Deputados, há um ponto em que concordamos: também somos contra a bomba que rebentou em Lisboa. Contudo, não caímos no ridículo de dizer que esse facto seja justificativo para a omissão verificada há um bocado pela AD e agora para a apresentação deste voto, que é de mera hipocrisia política, acima de tudo do ponto de vista ético e moral

Aplausos do PS.