Comunista. E o Sr. Deputado, Pedro Roseta apontou com o dedo e disse: «Ele ali está!»

Vozes do PCP: - Sim, senhor! Nós ouvimos!

O Orador: - E esse senhor diplomata que se encontrava na tribuna reservada ao Corpo Diplomático saiu e as bancadas do PSD aplaudiram a sua saída. Nessa altura perguntei quem era o diplomata e responderam-me que se tratava de um diplomata soviético. Se agora se pretende alegar - que o PSD ignorava a qualidade do diplomata que ali estava, o problema não me diz respeito. Seja como for, os factos foram realmente estes.

Aplausos do PS e do PCP.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Peço á palavra.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado quer fazer um protesto ao abrigo do direito de defesa?

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Sr. Presidente, eu fui envolvido neste último debate contra a minha vontade e não posso deixar de usar a palavra sob a forma que o Sr. Presidente entenda mais apropriada.

O Sr. Presidente:- Então faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Quero dizer ao Sr. Deputado Ângelo Correia que quando citar alguma conversa que tenha comigo, ou que eu tenha consigo, tenha a hombridade; de a citar até ao fim.

Por outro lado, tinha também sido correcto que o Sr. Deputado tivesse tido a hombridade de esclarecer que eu lhe disse que o meu protesto não era especialmente dirigido a si e que admitia as suas explicações. Mas disse ainda .que, de qualquer forma, tinha sido claro e evidente o comportamento das bancadas da AD ao aplaudirem a saída do diplomata soviético e que alguém altamente colocado na sua bancada, ou seja, o principal responsável pela sua bancada, comentou a saída do diplomata soviético com esta expressão: «O patrão já se foi embora!»

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, tenho a dizer-lhe o seguinte: Sr. Deputado Ângelo Correia, quando quiser usar as minhas conversas, tenha a hombridade de as usar até ao fim e não as trunque, isto é,, não as utilize de maneira a encontrar escapatórias para as situações em que a sua bancada, ela própria, se coloca de moto próprio.

Aplausos da UEDS, do PS, do PCP e da ASDI.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado João Cravinho...

O Sr...João Cravinho (PS):- Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não tenho a menor, intenção de polemicar pessoalmente com o Sr. Deputado Ângelo Correia sobre a matéria em causa. Simplesmente, usando o direito de defesa, devo pedir, com toda a serenidade, e apelando para a dignidade desta Assembleia, que o Sr. Deputado Ângelo Correia se abstenha para o futuro de vir implicar o PS em posições políticas que são injuriosas para o PS, como passo a demonstrar.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Não pode, Sr. Presidente!

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Tenha calma, Sr. Deputado!

O Orador:- É em legítimo direito de defesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade de continuar, Sr. Deputado.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, deixe primeiro o Sr. Deputado João Cravinho acabar a sua intervenção, na medida em que ele diz que está a intervir ao abrigo do direito de defesa.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Mas não está, como é evidente, Sr. Presidente.

Protestos do PCP.

O Sr. Presidente:- Mas quem é que julga, Sr. Deputado?

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Eu tenho o direito de interpelar a Mesa, e é isso que pretendo, fazer.

Protestos do PCP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Amândio de Azevedo, depois de o Sr. Deputado João Cravinho terminar a sua intervenção, dar-lhe-ei então a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Peço desculpa, Sr. Presidente, mas eu quero interpelar a Mesa neste momento. Pergunto se posso fazê-lo ou não?

O Sr. Presidente:- Então faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - A interpelação que faço à Mesa é porque me parece evidente que o Sr. Deputado João Cravinho não está, em relação à última intervenção do Sr. Deputado Ângelo Correia a defender a sua dignidade, mas sim a regressar a um assunto que já foi tratado.

Ora, nesse sentido, a Mesa não deve permitir-lhe o uso da palavra.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, acontece que isso é habitual, é mesmo a norma quando alguém intervém ao abrigo do direito de defesa.

Portanto, faça favor de continuar, Sr. Deputado João Cravinho.