Sr. Deputado Magalhães Mota, é evidente que não vamos entrar aqui propriamente na apreciação do ridículo das atitudes das pessoas ou das ideias, ...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

... que com a saída de V. Ex.ª cresceu e é neste momento o maior partido português.

Vozes do PSD, do CDS e do PPM: - Muito bem!

O Orador: - É preciso ter cuidado, pois o ridículo é uma arma muito difícil e muito perigosa de esgrimir.

Quanto ao 25 de Novembro, Sr. Deputado Magalhães Mota, a expressão que utilizei e que aqui há tempos referi, que terá sido a derrota de Otelo, mas não foi a do Partido Comunista, tem um sentido político claro. É evidente que não está em causa a actuação das forças democráticas no 25 de Novembro, assim como também não está em causa a actuação do CDS em todo esse processo. Que eu saiba, V. Ex.ª, Sr. Deputado, nunca esteve num congresso cercado pelas forças que foram derrotadas no 25 de Novembro, mas o CDS esteve-o no Porto e, que eu saiba, nessa altura as forças democráticas em pouco se preocuparam com essa situação.

Portanto, experiência tem-na o CDS desses momentos conturbados...

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Tem cinquenta anos de experiência!

O Orador -... e soube, pelo menos tão bem como todas as outras forças democráticas, defender esses mesmos ideais.

Mas, é evidente que se aquilo que está em causa é essa perspectiva, a questão é bem clara: as fronteiras, mais do que uma vez repetidas pelo candidato à presidência da República apoiado pela Aliança Democrática, são as da democracia. Exactamente por isso, Sr. Deputado Jorge Leite, referi que enquanto foram forças democráticas ...

O Sr. Presidente: - Quanto ao Sr. Deputado Jorge Leite, já não tem possibilidade de lhe responder, e, portanto, V. Ex.ª responderá ao Sr. Deputado Magalhães Mota.

O Orador: - Sr. Presidente, estou a falar em termos gerais quanto aos limites da democracia.

É evidente que enquanto foram forças democráticas que aberta e claramente manifestaram o seu apoio ao general Eanes, não houve da nossa parte desespero nem preocupação quanto ao futuro da democracia, mas sim quanto ao futuro do País. Mas agora, neste momento, em que forças não democráticas apoiam claramente o general Eanes, então sim, é a preocupação com a própria democracia que nos traz neste momento.

Aplausos do CDS.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito?

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - É para fazer um protesto.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado já protestou, em seguida houve um contraprotesto, e V. Ex.ª já não tem figura regimental nem para pedir um esclarecimento, senão entrava-se numa discussão e num dialogo que não acabariam mais.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Então pedia a palavra para usar o direito de defesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - V. Ex.ª não pode invocar o direito de defesa porque não foi pessoalmente ofendido pelo Sr. Deputado Azevedo Soares.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Sr. Presidente, peço desculpa, mas quando me chamam pelo resto de um resto de um resto,...

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

penso que se trata de uma tentativa de ofender.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Com certeza, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Então vamos passar à votação do requerimento apresentado pelo PCP de prorrogação por trinta minutos do período de antes da ordem do dia.

Submetido à votação, foi aprovado com os votos a favor do PS, do PCP, da ASDI, da UEDS, do MDP/CDE e da UDP e com as abstenções do CDS, do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - A Mesa entende que não tem o direito de esclarecer critérios objectivos sobre aquilo que cada Sr. Deputado entende ou não ser uma ofensa que o atinge. Portanto, se o Sr. Deputado Magalhães Mota pede a palavra para usar do direito de defesa, faça favor.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Creio que o Sr. Deputado Azevedo Soares continua confundido ao confundir o imobilismo com o movimento, e por isso chamou peripatética à