cão, pois não podem ter sido essas as declarações do Sr. Deputado Amândio de Azevedo, no sentido de que preveria uma forte derrota da Aliança Democrática nas eleições autárquicas. Sem ter ouvido directamente tais afirmações, creio haver aí um erro de interpretação.

Quanto às eleições autárquicas para o Município da Nazaré, penso que é perfeitamente abusivo - e o Sr. Deputado António Arnaut sabe isso muito bem - partirmos de um resultado eleitoral isolado para dele extrairmos quaisquer conclusões acerca de todo o panorama eleitoral das futuras eleições autárquicas. E isto também porque todos os que temos ligações com a vida local sabemos em que larguíssima medida as eleições autárquicas dependem de circunstancialismos locais, da qualidade das pessoas, de um carácter fiduciário que liga eleitores a candidatos e que ultrapassa largamente o âmbito das perspectivas partidárias. Sabemo-lo todos e, consequentemente, é completamente impossível ampliarmos esse facto, para d aí podermos concluir que existiria qualquer orientação ou inflexão do eleitorado nesse sentido.

Era apenas este o protesto que queria fazer.

O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra o Sr. Deputado António Arnaut.

O Sr. António Arnaut (PS): - Sob a forma de contraprotesto, quero esclarecer o Sr. Deputado Moura Guedes e a Câmara de que as imputações que fiz ao Sr. Deputado Amândio de Azevedo são rigorosamente exactas.

O Sr. Deputado Moura Guedes pode ler o jornal A Capital de segunda-feira passada, onde as declarações do nosso colega Amândio de Azevedo são referidas, e que cito, justamente, de memória, "que era previsível uma derrota estrondosa para a AD se porventura não invertesse a sua política". Não sei qual o sentido que ele dá a esta inversão de política. De facto, ele falou nisto e já aqui o referi sem ter havido desmentido.

Quanto às eleições da Nazaré, o facto objectivo é que a AD perdeu um vereador e o Partido Socialista obteve a maioria absoluta. O Sr. Deputado tirará daqui as suas conclusões e o País também as tirará. Pensamos que isso significa uma tomada de posição consciente do eleitorado da Nazaré e, como este faz parte do povo português, é legítimo que se tire m outras conclusões a nível nacional.

O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Silva Marques.

A Sr.ª Amélia de Azevedo (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, se deseja usar da palavra ao abrigo do direito de defesa, poderei considerar como tal. Mas, se neste momento vamos dispersar o uso da palavra para tanto lado, acabamos por não nos entendermos...

A Sr.ª Amélia de Azevedo (PSD): - Sr. Presidente, queria apenas prestar um simples esclarecimento ao Sr. Deputado António Arnaut, e era muito breve.

O Sr. Presidente:- A Sr.ª Deputada sabe perfeitamente que não é permitida a figura de dar esclarecimentos, mas sou capaz de lhe conceder a palavra no fim de todos os Srs. Deputados formularem os seus pedidos de esclarecimento e de o Sr. Deputado António Galhordas responder.

A Sr.ª Amélia de Azevedo (PSD): - Muito bem, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem então a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

legitimidade a um governo que o é em consequência dos resultados eleitorais e da afirmação parlamentar, igualmente como na filosofia do Sr. Deputado António Arnaut, fico perplexo.

Por isso, pergunto ao Sr. Deputado António Galhordas o que é que efectivamente o leva a congratular-se relativamente ao que se passou em França. É o resultado obtido pelo Partido Socialista Francês, que lhe permitirá governar autonomamente relativamente ao Partido Comunista Francês? Ou congratula-se com a mudança do Partido Comunista Francês, que, à última hora, se viu obrigado a declarar o seu repúdio à invasão do Afeganistão?

Se é em relação a estas mudanças, também me congratulo, Sr. Deputado. Mas pretendia saber se é, efectivamente, quanto a isto que se congratula.

Aplausos do PSD e do CDS.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Então e não fala na invasão da Checoslováquia? ...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Lá chegaremos! ..

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carvalho Cardoso.

O Sr. Carvalho Cardoso (CDS): - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Lamento ter entrado numa altura que não me permitiu ouvir toda a intervenção do Sr. Deputado António Galhordas, mas queria pedir