O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado António Galhordas, para contraprotestar.

O Sr. António Galhordas (MDP/CDE): - Talvez mais do que um contraprotesto, será um esclarecimento.

as antes queria aproveitar para responder ao Sr. Deputado Carvalho Cardoso, já que há pouco me esqueci de o fazer.

Disse o Sr. Deputado que possuía dados e informações que apontavam em sentido contrário à minha afirmação de que a política do Governo está a ruir. No realidade, fiz esta afirmação também baseado em dados e números que apontam no sentido que referi. A inflação, por exemplo, não se cifra nos, 16 % que o Governo preconizava e natural que, no fim do ano, atinja os 18 a 20 %; o crescimento industrial, com os índices de fins de Abril deste ano, apontam apenas para um crescimento de 5,7 % - lembremo-nos que o ano de 1979 terminou com um crescimento industrial de 7,5% e a baixa nesse crescimento começou a verificar-se exactamente a partir de Fevereiro de 1980; podemos ainda citar o défice da balança de pagamentos que quase duplicou em relação à perspectiva prevista para 1980 e que neste ano de 1981 será muito maior e atingirá números que o aproximam do atingido em 1977 quando interveio aqui o FMI.

São estes dados que me levam a fazer esta afirmação, para além, obviamente, dos movimentos sociais, do divórcio que se está claramente a gerar, não só dos sectores que se põem ao Governo, mas dos próprios sectores sociais que votaram na AD e que apoiaram inicialmente o Governo e que estão, neste momento, virados claramente contra a sua política, como são os casos que citei dos camponeses e, muito recentemente, da Ordem dos Médicos em relação ã política do Ministério dos Assuntos Sociais. E é estranho e espantoso que nenhum dos Srs. Deputados da AD se tenha referido a estes casos.

Portanto, isto mostra claramente que a política do Governo se está a dissociar, de uma forma clara, dos interesses da maioria dos Portugueses.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Espere pelas eleições!

O Orador: - Quanto ao problema do referendo colocado pelo Sr. Deputado Silva Marques, a questão é que a AD, ao apontar, no programa do seu candidato presidencial, o referendo como ruma figura de alteração do nosso processo político, estava manifestamente fora do quadro constitucional, que a mesma AD, pelo menos parcialmente, através do PSD, aprovou quando foi votada a Constituição.

Na realidade, o referendo constituía obviamente uma forma inconstitucional e não aceitável, sendo, para mais, proposto por partidos que tinham subscrito a Constituição.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Amélia de Azevedo, que a tinha pedido há pouco para uma muita curta explicação.

A Sr.ª Amélia de Azevedo (PSD): - Sr. Presidente, pretendo apenas dar um esclarecimento ao Sr. Deputado António Arnaut acerca da uma afirmação que

teria sido produzida pelo deputado Amândio de Azevedo numa sessão de esclarecimento no Porto e que foi referida pelos jornais, em caixa alta.

Quero apenas esclarecer o Sr. Deputado de que, numa sessão de esclarecimento para militantes do partido, e apenas para militantes do partido, o meu marido enunciou uma série de medidas e depois fez uma afirmação, meramente hipotética, dizendo que "se não se seguirem estas medidas, arriscar-nos-emos a uma estrondosa derrota nas eleições autárquicas", como qualquer político que faz uma previsão com base em medidas a tomar.

Portanto, trata-se de uma afirmação meramente hipotética, que depois, foi destacada em caixa alta nos jornais, dando a entender que a afirmação teria sido produzida com um fim diferente. Era apenas este o esclarecimento que queria dar.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Barrilaro Ruas, para uma declaração política.

foi certamente o primeiro português que pôde ensinar em escolas estrangeiras - quer na Itália, quer em França, e não em qualquer terra incógnita, mas em cidades tão conhecidas e ao tempo tão famosas como Bolonha, Toulouse e Montpellier -, e ainda porque foi o primeiro português que,