facto de haver relações de parentesco próximas entre o Dr. Álvaro Cunhal e grandes fascistas, grandes latifundiários e grandes agrários, perguntei se ele, por esse facto, é um grande agrário, um grande fascista e um grande latifundiário.

Vozes do PCP: - Quais? Quem?

O Orador: - É?

Pausa.

Fiquei a saber que o Dr. Álvaro Cunhal é fascista. Não me surpreende.

O Sr. António Mota (PCP): - Onde chega a baixeza do rei!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Não seja palerma. Quem?

O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ilda Figueiredo.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - De facto, o Sr. Deputado Luís Coimbra já nos habituou aqui tantas vezes a dar o dito por não dito, e basta lembrar-nos do que se passou com as torres do Tejo. O Sr. Deputado veio aqui e afirmou que o Sr. Presidente da Câmara de Lisboa, eng.º Krus Abecasis; já lhe tinha dito que não iam ser construídas nenhumas torres, mas agora, afinal, a torre vai ser construída.

Protestos do PSD.

Sr. Deputado Luís Coimbra, certamente a única coisa que lhe vai servir é engoli-la ou então continuar a fazer protestos anticomunistas como aquele que ainda há pouco acabou de fazer.

Já só isso é que o Sr. Deputado sabe e pode continuar a fazer nesta Assembleia.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Muito bem!

A Oradora: - Quanto às provas, creio que não é preciso dizer-lhes de novo as ligações que existem entre elementos das grandes empresas moageiras, dos grandes industriais em Portugal, e as multinacionais já aqui referidas várias vezes e membros deste Governo.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Muito bem!

A Oradora: - Nós afirmámos isso e volto-o a repetir quantas vezes o Sr. Deputado quiser. Tenho informações de tudo isto e desafio os senhores a trazerem aqui os acordos e os protocolos que provem o contrário disto que eu estou a dizer. Tragam-nos cá.

Aplausos do PCP.

O Sr. Mário Lopes (PSD): - Traga a Sr.ª Deputada.

O Sr. Luís Coimbra (PPM): - Peço, á palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Luís Coimbra, ao abrigo de que disposição regimental pretende usar da palavra?

O Sr. Luís Coimbra (PPM): - Ao abrigo do direito de defesa, Sr. Presidente, porque a Sr.ª Deputada está-me a ofender.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra.

O Sr. Luís Coimbra (PPM): - Queria esclarecer a Câmara, em particular a Sr.ª Deputada Ilda Figueiredo, de que não haverá torres do Tejo,...

A Sr.ª Zita. Seabra (PCP): - É mentira!

O Orador: - ...de que não haverá centrais nucleares em Portugal nem florestação maciça e industrial de eucaliptos. Ainda hoje vai entrar nesta Assembleia um projecto de lei do PPM em relação a essas» medidas, e ainda não houve uma única medida que o PPM tivesse defendido até ao fim que não tivesse sido cumprida, porque a nossa palavra é uma palavra de honra.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - É falso.

O Orador: - O que vocês queriam é que fosse construída uma torre do tejo para haver grave crise política na AD, para haver lugar a essas situações porque os senhores nunca ligaram nenhuma ao urbanismo de Lisboa nem de parte nenhuma. O urbanismo do programa do Partido Comunista Português é uma vergonha.

Uma voz do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, não estejam agora armados em ambientalistas, defendendo posições defendidas pelo nosso partido de há longa data, para virem agora aqui fazer chicana parlamentar.

Aplausos do PPM e do PSD.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Dá-me licença, Sr. Presidente? Desejava interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Em resposta ao Sr. Ministro de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, quero anunciar que o meu grupo parlamentar vai accionar os mecanismos parlamentares para promover um inquérito parlamentar ao Governo, nesta matéria.

Aplausos do PCP, do PSD do CDS, do PPM e dos membros do Governo.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Isso é baixo!

O Orador: - Creio, Sr. Presidente, que esta era razão bastante para me ter dado a palavra há mais tempo.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Lage.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não prescindo do uso da palavra porque o Sr. Deputado Carlos Brito, percebendo claramente o que é que o Partido Socialista pretendia, usou de um método, enfim, pouco adequado, face à ética parla-