pelo que vejo e posso constatar, foi de um certo calor na discussão que vinha travando-se. Bem pode acontecer que às vezes se cometa um erro.

Neste caso concreto, a sua inscrição foi registada lego que apercebida pela Mesa, tendo ficado inscrito imediatamente a seguir ao pedido de, palavra do Sr. Ministro de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Sr. Presidente, dá-me licença que use da palavra?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, uma vez que prescinde, não sei para que pede a palavra.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, agradeço o seu apelo.

Peço a VV. Ex.ªs, Srs. Deputados que, como contribuição poderosíssima para que se possa conduzir os trabalhos nos termos invocados pelo Sr. Deputado Lopes Cardoso, desejo esse de que a Mesa partilha, quando pedirem a palavra porque se usa a forma de levantar o braço, sem estar agora a discutir se essa é a melhor, chegando-se ao ponto de alguns Srs. Deputados pedirem a palavra não para si próprios mas para um companheiro de bancada -, se assegurem de que a Mesa tomou nota. Gostaria que as coisas corressem com aquela normalidade que permite não haver o entrecruzar de intervenções com protestos e com pedidos de esclarecimento.

Sr. Deputado Magalhães Mota, V. Ex.ª tinha pedido a palavra para que efeito?

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Era para fazer uma interpelação à Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Sr. Presidente, na altura em que pedi a palavra não era V. Ex.ª que estava a presidir aos trabalhos, no entanto gostaria que a Mesa - e mais do que uma interpelação, faço um apelo- respeitasse rigorosamente a ordem das inscrições.

Vozes do PSD: - Outra vez?

O Orador: - A Mesa não dispõe de nenhum critério que a habilite a distinguir se o pedido de inscrição de um deputado é para pedir esclarecimentos, fazer um protesto ou outra coisa qualquer.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, agradeço-lhe o apelo. Como V. Ex.ª pode compreender e certamente todos compreenderão- a forma como se têm procurado conduzir os trabalhos deste Plenário pode dar a um observador menos atento ou a um espectador mais apaixonado a ideia de que uma outra decisão da Mesa pode sugerir a ideia de favoritismo.

Tenho, em todo o caso, a certeza de que no espírito de V. Ex.ª, Sr. Deputado Magalhães Mota, assim como no de qualquer deputado, seja de que bancada for, mesmo que essa ideia, por um movimento instintivo de sensibilidade, surja ao seu espírito, não resiste com certeza a dois momentos de raciocínio sereno. Nem sequer é uma homenagem é o reconhecimento de um facto que a Mesa tem o direito de exigir incondicionalmente a todos VV. Ex.ªs.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Para dizer, Sr. Presidente, que é precisamente no espírito das palavras de V. Ex.ª, e para que nenhuma suspeição reste, que o meu apelo foi feito.

O Sr. Presidente: - Foi também nesse sentido que o entendi, Sr. Deputado.

O Sr. José Vitoriano (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Vitorino, peco-lhe o favor de acreditar que quando me referi à maneira de como os trabalhos eram conduzidos pela Mesa, não me referia pessoalmente a mim. Referia-me a mim e a todos os Srs. Vice-Presidentes que me substituem.

O Sr. José Vitoriano (PCP): - Não é isso que está em causa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Então tem V. Ex.ª a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. José Vitoriano (PCP): - Sr. Presidente, é que houve aqui referências a uma actuação discriminatória da Mesa.