também por outros motivos puramente de aproveitamento económico do momento.

Por isso, não me parece justo, de forma alguma, que o Sr. Professor Azevedo Gomes venha assacar à AD as responsabilidades que herdou e que com certeza tem, e a minha esperaça é que seja consciente delas e as procupre emendar para o futuro, o que até aqui nenhum governo da Revolução fez.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado do Gomes para responder.

O Sr. Presidente: - Tem a pá Azevedo Gomes para responder.

O Sr. Azevedo Gomes (PS): - Tenho para as perguntas que me foram feitas, que foram muitas e diversas, um tempo muito reduzido. Vou, pois, responder em globo àquilo que considero mais essencial.

Em primeiro lugar, a questão de querer atribuir o surto de fogo catastrófico que depois do 25 de Abril, e tirando os dois anos de governação socialista, tem atingido as nossas florestas a causas intrínsecas da própria floresta significaria que num ínfimo lapso de tempo a floresta portuguesa tinha mudado ou tinha mudado o clima.

E o caso é que antes do 25 de Abril a média era de 10 000 ha que ardiam por ano e depois do 25 de Abril, tirando os dois anos de governação socialista, essa média passou a andar à volta de 50 000 ha, ou seja cinco vezes mais. Não mudou a floresta, não mudou o clima.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O número de 16 000 ha ardidos, em média, por ano para os dois anos de governação socialista está certo: foram 20000 ha em 1976 e 12 000 ha em 1977. A responsabilidade dos incêndios em 1978 já não cabe aos socialistas, que deixaram de ser governo em Junho desse ano.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): No tempo dos incêndios!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador. - Por outro lado, a informação prestada pelo Sr. Deputado Mário Lopes de que sou funcionário dos serviços florestais não é exacta. Eu sou professor universitário.

Em relação ao Sr. Deputado Sousa Tavares: as questões que pus manisfestam preocupação, e fi-lo, acima de tudo, para chamar a atenção do Governo para a necessidade imperiosa de cortar rapidamente as causas principais que levam ao fogo posto. E vou adiantar um número - não tenho a certeza dele, mas talvez seja conveniente que o Governo o verifique: 20 % da pasta produzida em Espanha tem origem na matéria-prima que sai pelas nossas fronteiras. Ora, este número, a ser exacto, é preocupante.

O Sr. Deputado Sousa Tavares quis relacionar a minha intervenção com o que se passou em algumas propriedades do Sul do País quando os socialistas estiveram no governo e procuraram actuar no sentido de normalizar situações que estavam, de facto, a ser incorrectamente conduzidas.

Penso, assim ter respondido ao essencial das perguntas que me foram colocadas.

Aplausos do PS, da ASDI e da UEDS.

O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra o Sr. Deputado António Campos para protestar.

possibilitaria, pelo menos uma grande diminuição dos incêndios criminosos. Falo do diploma que o Partido Comunista apresentou nesta Câmara - que nós apoiámos -, que possibilitava criarem-se parques para comercialização das madeidas ardidas, contra o qual a AD votou.

Ora, caros Srs. Deputados, é preciso que cada um assuma as suas responsabilidades.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Nós assumimos as nossas.

O Orador - Nós assumimos as responsabilidades dos erros que cometemos, mas os senhores têm que assumir a responsabilidade de o País estar a arder mais do que seria normal com um governo normal.

Aplausos do PS, da ASDI, da UEDS e do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Borges de Carvalho para contraprotestar.

O Sr. Borges de Carvalho (PPM): - Sr. Presidente, vou fazê-lo muito brevemente para não ocupar o meu tempo.

Queria dizer que nas primeiras palavras proferidas pelo Sr. Deputado António Campos está realmente a razão da minha inquietação, ou seja, quando o Sr. Deputado diz que no distrito de Coimbra existe