O Sr. Presidente:- Faça favor.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, acabamos de ouvir as suas palavras e no que nos toca e uma vez que elas nos foram dirigidas não as podemos

aceitar.

Podemos compreender que o Sr. Presidente, quando os apartes se repetem, entenda que o orador que intervém possa estar a ser prejudicado. Não foi o caso agora. Limitamo-nos a rir e de uma maneira sã.

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

Espero que o Sr. Presidente admoeste a maioria, de maneira que eu possa prosseguir.

O Sr. Presidente: - Era o que ia fazer, nos mesmos termos em que o fiz à sua bancada.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Ora então, dizia eu que nos ríamos, e de uma maneira sã, perante o ridículo da intervenção do Sr. Deputado e perante esta incapacidade crucial daquele ...

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado pediu a palavra para interpelar a Mesa e não para uma intervenção.

O Sr. Carlos Brito (PCP): Sr. Presidente, estou a aduzir argumentos e espero que o Sr. Presidente tenha a paciência de os ouvir até final.

O Sr. Presidente: - Sabe perfeitamente que a tenho.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Dizia eu, pois, que reagíamos por essa forma à incapacidade daquele é de outros Srs. Deputados de discutirem os problemas nacionais, sem virem com exemplos de qualquer parte do mundo que lhes vem à cabeça. Nós ríamos disso.

A interpelação à Mesa é esta: qual é a norma regimental que impede a nossa bancada de rir das coisas ridículas?

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Dá V. Ex.ª uma interpretação e um valor, que tem o sagrado direito de dar, à situação criada e que determinou a minha intervenção. A verdade é que pela forma como as coisas estavam a processar-se, não havia aquele mínimo de condições que noutras circunstâncias e por outros motivos, até durante a sessão de ontem e noutras, levaram a que repetidamente a Mesa solicitasse de VV. Ex.as o mínimo de silêncio e de acomodação necessária à produção das intervenções que cada um dos senhores vai fazendo.

Ainda, que V. Ex.ª lhe tenha dado um valor diferente, e pese embora o respeito que V. Ex.ª sabe que tenho pelas suas opiniões, não tenho, nada a alterar às circunstâncias que determinaram a minha intervenção. Por isso, a mantenho, renovo o meu apelo a todos VV. Ex.as, para que se mantenha o clima de serenidade necessária.

O Sr. Deputado Leonel Santa Rita continuará na produção da sua intervenção e o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa responderá na altura nos termos a que também tem necessariamente de responder.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Peço a palavra Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Mas para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Carlos Brito (PCP): - É para concluir a minha interpelação à Mesa e dizer ...

O Sr. Presidente: - Mas a interpelação à Mesa está feita, pois ela foi feita até nestes termos: «qual a norma que me proíbe rir?» Já lhe dei a resposta e parece-me que não há a necessidade de completar o que tão completamente ficou da sua intervenção

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Recusa-me a palavra, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Neste momento recuso, Sr. Deputado se não a fundamentar melhor.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Creio que a resposta que deu à interpelação que formulei à Mesa me merece um comentário.

0 Sr. Presidente: Sr. Deputado, fará o comentário noutra altura.

O Sr. Carlos Brito (PCP): Então faço nova interpelação à Mesa.

O Sr Presidente: - Faça o favor, mas peço-lhe que a faça de forma objectiva.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, parafraseando uma frase célebre diria que, apesar de tudo, continuaremos a rir.

O Sr. Presidente: - É um sagrado direito que não posso deixar de reconhecer-lhe. O que peço a V. Ex.ª e a todos é que quando tiverem motivo de rir isso não seja para interromper os trabalhos e para que eles não continuem com serenidade.

O Sr: Deputado Leonel Santa Rita faça o favor de continuar.

O Orador: - Há. um ditado português que diz «quem ri no fim é quem ri melhor». Estou convencido que seremos nós, os que temos pela democracia um conceito lato e não o vosso, que riremos no fim.

De qualquer maneira, quero repetir aquilo que, há pouco disse: a intervenção de 1978 em Praga, onde foram triturados os trabalhadores, o caso da afirmação ontem feita por um dirigente da Polónia, assim como o aumento do preço da gasolina na Rússia, o que também não foi desmentido.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Então, e o do gasóleo?