Só que as responsabilidades são agora acrescidas para o novo ministro e mais exigente terá de ser o nosso juízo crítico quanto à sua acção.

Acção que, no tocante à produção, terá de ser encaminhada para a elevação do nível de vida dos agricultores e de todo o. mundo rural. É essa parte da nossa sociedade que importa, antes de mais, libertar. Os princípios da solidariedade e de justiça que perfilhamos fazem com que sejamos exigentes connosco próprios na luta para o conseguirmos. Muito mais o seremos para com qualquer, governo que esteja no poder.

Aplausos da ASDI, do PS e da UEDS.

Durante esta intervenção reassumiu a presidência o Sr. Presidente Leonardo Ribeiro de Almeida.

O Sr. Presidente: - Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado das Finanças e do Plano.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Normalmente, o que os governos apresentam aos parlamentos para serem investidos e a orientação geral que deve presidir ao seu exercício. Entre nós generalizou-se a ideia de que o muito pequeno detalhe e a cópia de informações permite uma discussão aprofundada sobre os problemas essenciais.

Ora, assim não acontece. A cópia de elementos de detalhe pode permitir que o pingue-pongue das argumentações e das polémicas entre os partidos, o Governo e a oposição se faça sobre questões de importância muito desigual. O problema mais grave, aliás, nem é este. O problema mais grave é que uma câmara soberana representa os cidadãos eleitores e a opinião pública precisa de ser esclarecida sobre as grandes opções que estão na sua frente e sobre os caminhos possíveis que, com realismo e, eficácia, podem ser seguidos para as atingir.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Pelo que vi nestes dias, perdeu-se tempo e ganhou-se tempo com questões que nem sempre são as mais essenciais. Os Srs. Deputados utilizarão o tempo como entenderem que devem utilizar ...

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Muito abrigados Sr. Ministro, pela autorização de utilizarmos o nosso tempo como entendermos!

têm, dificuldades muito difíceis de sanar. Esses países tiveram que rever os seus programas de desenvolvimento no sentido de os ajustar a uma conjuntura adversa.

Este não é, aliás, um problema dos países do Terceiro Mundo. Nos países industrializados a crise não tem sido menor Também nestes o factor normalmente

distintivo é o de se saber se eles dispõem ou não de reservas de energia no seu próprio território.

Tanto as economias chamadas capitalistas como as economias comunistas defrontam neste mesmo período crises de agudeza idêntica. Em todos estes países a necessidade de «se fazer face a desequilíbrios da balança de pagamentos tem sido crescente, a necessidade de fazerem face a um endividamento crescente é também igual, o agravamento dos preços tem dado origem a crises políticas difíceis, seja em países em que há eleições livres, seja em países onde não há eleições livres.

Por outro lado, as sucessivas revisões das metas dos planos de desenvolvimento nos países em que há economias de mercado ou com economias centralizadas têm sido, de há oito anos para cá, no sentido da baixa.

Portanto, não é de espantar que um pequeno país como o nosso, que não dispõe de reservas de energia barata e em que a hidroelectricidade está a caminho do esgotamento, tenha tido de defrontar nos últimos anos - e vai continuar a defrontar num futuro próximo - carências no domínio económico e fi nanceiro.

Nenhum dos modelos apresentados para resolver estes problemas difere muito. Qualquer dos dois conjuntos de países industrializados tem seguido as mesmas receitas. Uma delas reduz-se, no fundo, ao seguinte: uma redução da procura global que pesa sobre a oferta.

As duas preocupações essenciais que motivam essa redução da oferta global são a inflação e a balança de pagamentos, como todos sabemos. A inflação corrói o poder de compra das classes mais desfavorecidas, cria incentivos para o investimento especulativo em vez de no investimento produtivo, desencoraja a poupança e a acumulação de capital produtivo. Os défices da balança de pagamentos conduzem inevitavelmente a um endividamento crescente - e todos nesta Sala disporão dos números para saberem que assim é -, conduz a um endivi-