nanceira da AD ou é uma, continuidade? Isso é uma viragem em relação aos ex-ministros Cavaco Silva e Morais Leitão ou é a continuidade das políticas por eles realizadas? É a partir daqui que País pode, avaliar melhor aquilo com que pode conter.

A segunda questão é a seguinte: fiquei com um pouco de receio que o Sr. Ministro tivesse advogado o «sol na eira e a chuva no nabal». Há um outro ditado popular que, em minha opinião, traduz melhor o seu pensamento: «os chibos e leite da mesma cabra.» Pareceu-me que o Sr. Ministro acabou por advogar esta tese, pois disse que seria conveniente que nos interrogássemos se há consenso para uma redução dos consumos. Depois disse que precisava de aumentar o investimento. Finalmente, garante e assume perante esta Assembleia o compromisso de se manterem , os salários reais, o poder de compra. Gostava que esclarecesse melhor este ponto.

Terceira questão: o Sr. Ministro não falou das questões estruturais, não advogou a necessidade de uma nova lei de delimitação de sectores. Entretanto, traçou toda uma orientação económica. Quererá isto dizer que o Sr. Ministro entende que não é necessário alterar a situação dos sectores tal como eles se encontram para realizar a política que preconizou?

Quarta questão: o Sr. Primeiro-Ministro deixou suspensa uma questão, ao dizer que as questões do FMI - prometeu mesmo - seriam abordadas no desenvolvimento do debate. Como ele não o fez, nem na intervenção inicial nem na recarga, pensámos que elas fossem abordadas e esclarecidas pelo Sr. Ministro, mas também V. Ex.ª não o fez. Gostaríamos que o Sr. Ministro desse à Câmara uma notícia da

carta de intenções, designadamente quanto aos plafonds de crédito, às taxas, de juro, aos subsídios sociais. Como é que tudo isto será?

Como o Sr. Ministro compreenderá, estas questões em democracia têm de ser esclarecidas, têm de ser transparentes. Quais são as contas com a NATO?

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - E com Moscovo!

O Orador: - Gostava que me esclarecesse sobre esta questão.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado. Octávio Teixeira.

e longo prazo. Será isso uma crítica acerbà aos governo da AD, nomeadamente ao anterior governo que pretendeu ter apresentado um plano a médio e longo prazo?

O Sr. Ministro disse também que o nível de poupança no nosso país é normal e que poderia subir mais dois ou três pontos: Porque razão então se referiu com tanta insistência no Programa a necessidade de reduzir os salários reais, nomeadamente o consumo privado para aumentar substancialmente a acumulação.

Disse ainda o Sr. Ministro que nos últimos tempos existiu uma degradação acentuada de gestão das empresas pública nos últimos tempos, na medida em que as empresas públicas só surgiram a partir dos finais de 1975. Quererão referir-se exclusivamente aos dois últimos anos, em que a gestão das empresas tem sido feita por gestores colocados pela AD?

Como conjuga a sua afirmação da necessidade de os investimentos das empresas públicas serem orientadas pelos interesses nacionais - e todos sabemos que as empresas públicas trabalham fundamentalmente para o mercado interno - com a opção do Programa pela prioridade absoluta (sublinho absoluta) para a exportação?

À última questão é relativa ao FMI, na medida em que já foi sublinhada pelo meu camarada Carlos Brito. Gostaria que o Sr. Ministro pudesse afirmar aqui, peremptoriamente, que no acordo com o FMI não irá aparecer uma cláusula deste género ou pelo menos com o mesmo sentido: «Durante o período do acordo, o Governo efectuará consultas com o Fundo relativamente à adopção de quaisquer medidas que por sua própria iniciativa julgue apropriadas ou sempre que o director-geral as solicite por inobservância de qualquer dos critérios estabelecidos ou por considerar conveniente efectuá-la.» Mais: «Além disso, terminado o período de acordo e dentro de determinadas condições de relações financeiras entre Portugal e o FMI, o Governo consultará o Fundo periodicamente, por sua própria iniciativa ou a pedido do