-meadamente em sectores industriais virados para a exportação, como o têxtil, as madeiras e a cortiça, nos quais diariamente estão a encerrar empresas que ressentem os efeitos não só da contracção da procura interna mas também da externa - no cenário de crise que, como V. Ex.ª aqui frisou se verifica a

nível internacional?

Como é que então vai resolver essa primeira das prioridades que referiu, isto é, a do aumento das nossas exportações, e como é que assim vai também diminuir a vulnerabilidade da nossa economia perante o exterior?

Estas são as principais questões que lhe ponho.

O Sr. Presidente: - Tem, a palavra o Sr. Deputado Magalhães Mota.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Sr. Ministro de Estado e das Finanças e do Plano apenas umas breves notas.

Em primeiro lugar, saliento que, creio, ao longo da sua exposição foram patentes aspectos que não sendo de autocrítica, visto que se trata de um governante recém-empossado, são naturalmente de crítica aos governos e às gestões anteriores, não excluindo, os governos da AD.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Ou seja, quando se critica a ausência de um plano a médio prazo, nenhum de nós poderá esquecer que o último plano aqui apresentado foi confundido no mesmo diploma com o plano anual e estava a ser revisto meses depois.

Vozes do PS: - Muito bem!

afinal? É um bocadinho de chuva e um bocadinho de sol? Que tipo de esperança? Que tipo de resolução de problemas, que medidas vai adoptar?

Aplausos da ASDI, do PS e da UEDS.

O Sr. Presidente: - Também para formular pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - O economista!

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Ministro de Estado e das Finanças e do Plano, seria estultícia da minha parte perguntar-lhe o que é que vai fazer para

resolver os problemas do povo português. Estamos aqui a discutir o Programa do Governo, e digo-lhe, muito sinceramente, que estou farto de música.

Os membros do Governo têm vindo aqui, têm tocado violino.

... têm tentado demonstrar o indemonstrável, têm tentado convencer os trabalhadores. Espero que não tentem convencer os deputados - porque mesmo

aqueles que se fingem convencidos não o estão à excepção dos deputados da bancada que apoia o Governo - e o povo português que a crise é uma coisa

que nos transcende, que em face dessa crise nada há a fazer, a não ser a solidariedade entre os que roubam e os que são roubados, entre os que exploram

e os que são explorados. Foi isso que V. Ex.ª aqui quis demonstrar quando apelou. para a solidariedade.

Mas é necessário que notemos que, hoje, este apelo à solidariedade não é só do Sr. Ministro das Finanças. O apoio à solidariedade, à unidade nacional esteve presente na intervenção do Sr. Ministro da Defesa e a partir das intervenções sobre a cultura.

A Sr. Natália Correia (PSD): - Era o que faltava que não estivesse presente!

O Orador: - Pretende-se a unificação. A cultura já no tempo do PPD ...

A Sr. Natália Correia (PSD): - Se o senhor não sabe isso; não tem o direito de o dizer!

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, peço-lhe o favor de não interromper.

0 Orador: - O que eu sei, Sr.ª Deputada é que quando a senhora falou aqui de cultura, apesar de estar a defender a teoria do Governo ...

Protestos da Sr.ª Deputada Natália Correia.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada Natália Correia ...

Sr.ª Natália Correia (PSD): - Desculpe, Sr. Presidente, mas não posso suportar.

O Orador: - A Sr.ª Deputada não se esqueceu de demonstrar que não haveria cultura se a política não quisesse dar a verba. Ora a cultura que a Sr.ª Deputada ...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Mário Tomé, ainda não lhe dei a palavra.

O Orador: - Desculpe Sr. Presidente, não o ouvi.

O Sr Presidente: - É altura de V. Ex.ª tomar essa atitude. Está desculpado. As suas desculpas eram, claramente, devidas.