O vosso programa, é na esperança de que amanhã o povo vos rejeite também.
Aplausos do PS, da ASDI e da UEDS.
O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pinto Nunes.
O Sr. Pinto Nunes (PSD): - Sr. Deputado Vítor Constâncio, a crise a que o Governo tem de fazer face é mais ligeira do que aquela a que nos governos PS teve de fazer face quando foi governo? Porquê?
Segunda questão: é capaz de garantir que o PS teria meios de dominar os efeitos da crise internacional na economia portuguesa, meios que parece negar estarem ao alcance dos governos AD? Quais?
Terceira questão: acha que a redução do desemprego poderia ter sido acelerada por um governo PS? Com que tipo de medidas, já que o não conseguiu quando foi governo?
O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Igualmente para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Cardote.
O Sr. Fernando Cardote (PSD): - Sr. Deputado Vítor Constâncio queria apenas fazer-lhe uma curta pergunta. Pareceu-me que V. Ex.ª verberou aos governos AD anteriores que teriam sido muito optimistas na formulação dos seus objectivos aquando do Plano e do Orçamento Geral do Estado para 1981. Ora, lembro-me que V. Ex.ª justamente uma das críticas que fez quando se ocupou do Orçamento e Plano foi a de que eram pouco ambiciosos nos seus objectivos. Quererá isto dizer, portanto, que a Governo deveria ainda ter sido mais optimista, e agora veio-lhe verberar o pouco optimismo que teve? Era isto que gostava que me explicasse.
Vozes do PSD: - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra o Sr. Deputado José Alberto Xerez.
O Sr. Raul Rego (PS): - É exacto!
O Orador: - Parece-me que estas afirmações são extremamente controversas e incorrectas e, assim, queria produzir algumas declarações neste sentido. Em primeiro lugar, não nos podemos esquecer de que todo este processo se iniciou com os disparos perfeitamente abruptos do Partido Comunista Português, que desequilibraram por completo os mecanismos fundamentais da nossa economia.
Protestos do PCP.
Mas se a política abrupta seguida pelo Partido Comunista Português foi extremamente dolorosa, não podemos esquecer que a política então adoptada pelo Partido Socialista não foi menos dolorosa. E não o foi porquê? Porque, seguindo uma óptica completamente conjunturalista, tentou - o que não conseguiu - reequilibrar alguns dos mecanismos fundamentais da nossa economia, mas através do doseamento extremamente intenso dos instrumentos utilizados. Basta não nos esquecermos do ritmo que a taxa de inflação chegou a atingir. Digamos que se proeurou um equilíbrio em recessão e na técnica do mergulho.
A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Veja lá se se afoga!
O Orador: - Estou efectivamente de acordo consigo em que, porventura, alguns desequilíbrios estivessem atenuados, mas em termos conjunturais. Gostaria de ter visto qual teria sido o resultado efectivo da permanência do Partido Socialista mais uns anos no poder. Teria sido certamente a destruição radical da economia deste país, mas, felizmente, não tivemos oportunidade de o ver.
Ora, é esta situação desequilibrada, com uma ligeira atenuação do défice da balança de pagamentos, que a Aliança Democrática herda. Herda, portanto, uma situação em que não há mecanismos suficientemente equilibrados. Não há um pano de fundo, não há uma estrutura, não há um modelo, há, sim, uma série de políticas conjunturais tremendas que foram aplicadas.
É evidente que o refazer de toda esta situação é lento, exige um trabalho de concepção moroso. Exige o repensar e o projectar de todo este país para um horizonte que não pode ser necessariamente de curto prazo. É um trabalho penoso e não se pode exigir milagres à Aliança Democrática.
Penso que nem todas as actuações da política da Aliança Democrática terão sido completamente correctas, mas, em todo o caso e globalmente, parece-me que o pano de fundo, o modelo global, existe, assim como um empenhamento dedicado a um objectivo final, sendo o balanço altamente positivo.
Vozes do PCP: - Essa é boa!
O Sr. Sousa Marques (PCP): - É tão positivo como a sua intervenção!
O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra a Sr. Deputado Costa Pereira.
O Sr. Costa Pereira (PSD): - Quero perguntar ao Sr. Deputado Vítor Constâncio o seguinte: na sua intervenção o Sr. Deputado disse em determinado