Messa que futuro?

Não nos serve um qualquer futuro como se compreende, temos uma perspectiva da situação da qual não abdicamos, mas com a nossa presença constante ficamos a verificar se durante a semana que vai durar a discussão nos são dadas as garantias indespensáveis que repomos: efectiva viabilização da Messa, sem pôr em causa um único posto de trabalho; salários pagos a tempo e de acordo com a contratação colectiva; empenhamento efectivo do Estado através do IPE, nomeadamente na gestão da empresa; estamos em frente de vós e exigimos resposta.

Finalmente, os trabalhadores da Algot dizem:

Os governos assistem passivamente aos malabarismos do patrão da Algot quando mais de 200 000 contos estão «enterrados» naquela empresa. O patrão era obrigado a aumentar o capital social quando recebeu os «chorudos» empréstimos para relançamento da empresa e não o fez. Nunca colocou um tostão seu na Algot, mas sempre retirou da Algot o produto do nosso trabalho! Mas os governos da AD não agem! Estamos fartos de pedir, agora exigimos. Temos direito ao trabalho! Temos direito aos salários!

Esgotado o tempo de que o orador dispunha, foi-lhe cortada a palavra pelo controle automático do tempo.

O Sr. Mário Tomé (UDP):- Sr. Presidente, eu dispunha de 5 minutos.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado tinha direito á 3 minutos para formular os pedidos de esclarecimento, tal como qualquer outro Sr. Deputado, connuando a ter mais 2 minutos para fazer depois a intervenção para a qual está inscrito.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, se V. Exa. me permitir, continuarei de imediato, visto que a minha intervenção é sobre este tema.

O Sr. Presidente: - Bem, se o Sr. Deputado transfere para agora o tempo de que ainda dispõe, tenha a bondade.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Ministro, estes casos são muito claros e concretos, têm a ver com a conservação do emprego, com o financiamento às empresas que têm possibilidade de funcionar. Ora a Messa sempre demonstrou que era uma empresa com vivacidade, com capacidade, com mercado interno e externo. Contudo ela tem sido totalmente asfixiada pela política dos vários governos.

Finalmente, embora seja uma chatice...

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

A linguagem não é fina como a de V. Exa., mas serve para este problema e para aquilo a que me estou a referir, bem como para a vossa política.

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

Dizia eu que há uma contradição entre a produção e o seu incentivo, entre o investimento e o consumo. Isto é verdade. Mas esta verdade lapidar não pode ser resolvida por VV. Exas. Essa contradição existe, é a contradição fundamental da sociedade que vocês querem preservar: a sociedade capitalista.

Com efeito na sociedade capitalista produz-se não para satisfazer a necessidade de consumo do povo, dos trabalhadores e das massas, mas sim para o lucro máximo e para satisfazer a ganância dos grandes capitalistas. É esta contradição, que continuará a permanecer e que virá a agravar as crises, dêem V. Exas. as cambalhotas que quiserem, dizendo que hoje querem fazer reformas e amanhã controlar a economia com mão de ferro, porque a contradição mantém-se.

Por isso o vosso governo e este sistema serão varridos para que o socialismo e o poder dos trabalhadores tenham finalmente a sua palavra.

A propósito da Albânia, Sr. Ministro, quero dizer o seguinte: os dados que eu ontem aqui referi com falta de tempo constam de uma revista do Fundo de Fomento de Exportação, da responsabilidade do Governo. Esses dados foram compilados por uma missão comercial que elaborou um artigo de quarenta e tal páginas onde estão, no espírito tecnocrático que caracterizou aquela missão, todos os dados que mostram claramente que na Albânia não...

Esgotado o tempo de que o orador dispunha, foi-lhe cortada a palavra pelo controle automático do tempo.

O Sr. João Morgado (CDS): - Na Albânia é que é bom!

O Sr. Presidente: - Para responder aos pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado das Finanças e do Plano.

O Sr. Ministro de Estado das Finanças e do Plano: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, gostaria de os sossegar, quer o Sr. Deputado Octávio Teixeira quer o Sr. Deputado Vítor Constâncio, uma vez que a minha intervenção de hoje estava prevista desde o princípio do debate.

O Sr. Carlos Espadinha (PCP): - Não acredito.