Foi para o cumprir que fomos reeleitos e é com esse fim que temos governado e continuaremos a fazê-lo.

As prioridades definidas no Programa que vos apresentámos e toda a filosofia que lhe está subjacente visam esta meta de mudança e renovação através da eliminação de baias e espartilhos exógenos, à verdadeira democracia política, económica e social.

Que, como no voto popular, esta Assembleia demonstre que pôs de lado complexos oriundos de dois recentes períodos negros da nossa história - um anterior ao 25 de Abril e outro posterior -, e que quer realmente assumir o seu papel determinante neste

processo de libertação da sociedade; que a Assembleia reafirme também que pretende dar conteúdo concreto ao verdadeiro espírito do 25 de Abril, corajosamente redimido do pecado totalitário no 25 de Novembro.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador - O Governo sabe que o seu contributo para a realização deste projecto, sendo essencial, não é suficiente, já que para o conseguir teremos quê reencontrar e fortalecer a nossa identidade. E isso é obra de todos e não de vanguardas!

Por isso pretendemos, em cada momento, robustecer a nossa determinação e refazer a nossa coragem, para enfrentarmos as dificuldades que constituem a realidade do tempo que vivemos, na coragem e determinação que sabemos exigir aos Portugueses, quer estejam no continente, nas regiões autónomas ou espalhados pelo mundo. Por isso, vimos junto de vós, representantes livremente eleitos pelo povo, solicitar a expressa declaração da vossa solidariedade e da vossa confiança política, penhor do vosso comprometimento na criação legislativa indispensável, da vossa crítica construtiva e da vossa pujante iniciativa. Esperamos, serenos e determinados, a prova da confiança da Assembleia da República.

Aplausos do PSD, do CDS è do PPM.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente:

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Quando da reunião dos líderes dos grupos parlamentares ficou assente que o Sr. Primeiro-Ministro nos avisaria com antecedência se tencionava usar os 15 minutos numa só intervenção ou em duas. Isto porque os grupos parlamentares, de uma maneira ou de outra, poderiam reservar uma pane do seu tempo para fazerem uma declaração de voto oral após a última intervenção do Sr. Primeiro-Ministro.

Como isso não foi dito em tempo previsto, eu perguntava agora se o Sr. Primeiro-Ministro tenciona usar segunda vez da palavra ou- se não tenciona fazê-lo.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Primeiro-Ministro - Em princípio não tenciono usar da palavra outra vez. No entanto, reservo os três ou quatro minutos que me restam.

O Sr. Presidente: - Restam-lhe oito minutos, Sr. Primeiro-Ministro.

O Orador: - Se disponho de oito minutos, melhor ainda.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Melhor ainda para falar, não é?

O Orador: - Mas, como eu ia dizendo, reservo-me a possibilidade de os usar, depende do modo como decorrer o debate. Com certeza que o Sr. Deputado compreenderá isso.

O Sr. Presidente: - Entende-se, portanto, que tanto o tempo do Governo como o dos partidos pode ser "repartido para o efeito de uma segunda intervenção. Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

reprimir os trabalhadores que usam os seus direitos e prerrogativas e os querem ver aumentados para não pagarem a crise enquanto os capitalistas vivem á grande e à francesa.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - À francesa ou à portuguesa?!

O Orador - Quer castigar está luta dos trabalhadores como se se tratasse de delitos a precisarem de disciplina e aponta à cabeça da lista desses delitos o absentismo e a resistência à requisição civil, seguindo-se a corrupção, a prostituição, a droga, o contrabando, os cheques falsos, as cartas de condução falsas, etc.

Pelas palavras do Sr. Primeiro-Ministro Portugal perece um presídio cheio de cadastrados! Mas não é Sr. Primeiro-Ministro!

Uma voz do CDS: Mas o Sr. Deputado ficou preocupado!