sagens em que fala de alianças do PS à direita, como razão para o derrube da Câmara de Loures.

V. Ex.ª está enganado. Suponho que ainda não percebeu e não sei se irá perceber mesmo depois da minha explicação. No entanto, vou tentar dar-lha.

Nós procurámos e empenhamo-nos no derrube da Câmara de Loures não por motivo de uma aliança do PS à direita ou do PS contra o PCP, mas porque a actuação do executivo da Câmara de Loures pôs muitas vezes em causa o que consideramos deverem ser as liberdades e os processos democráticos necessários a quem preside aos destinos de um concelho, no sentido de procurar beneficiar de forma equilibrada a sua população.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Vê-se!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Visto o Sr. Deputado Almeida Santos ter prescindido do uso da palavra, tem a palavra o Sr. Deputado Oliveira Dias.

O Sr. Oliveira Dias (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Deputado Octávio Pato manifestou o seu regozijo pelos resultados das eleições de Loures. Achamos natural que o tenha feito. No entanto, o Sr. Deputado fez algumas afirmações que exprimem princípios que me parece ser importante esclarecer aqui.

O Sr. Deputado reclama uma nova política em nome dos resultados das eleições de Loures. Portanto, queria perguntar-lhe se, em consequência dos resultados das eleições de Loures, o Sr. Deputado reclama uma nova política no Município de Loures ou uma nova política no País.

Vozes do PCP: - No País!

é que vai a confusão que há no seu espirito sobre a democracia representativa.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Octávio Pato foi interpelado por dois colegas e foi objecto de dois protestos. Portanto, tem a palavra para responder e contraprotestar.

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

O Sr. Deputado Silva Marques entende que não é necessário pedir esclarecimentos, por aquilo que afirmei ser bem claro. Não há dúvida de que há coisas que são tão claras e insofismáveis que não se podem negar: a matemática existe e os números estão aí para a demonstrar. Portanto, não é fácil escamotear a verdade.

O Sr. Deputado diz que nós não somos democratas por isto, por aquilo e por aqueloutro. Então, porque é que não aceitam a constatação plena de que a AD perdeu legitimidade para governar? Porque não aceitam que a AD foi estrondosamente derrotada em Dezembro passado nas eleições presidenciais?

Vozes do PCP: - Muito bem!

Vozes do PSD, do CDS e do PPM:: - É falso!

O Orador: - Os dirigentes máximos da AD comprometeram-se publicamente e perante todo o povo português que se demitiriam se perdessem as eleições presidenciais. Depois disso, no entanto, continuaram a governar, apesar da estrondosa derrota das eleições de Dezembro.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Mas, para além disso, todas as eleições parciais realizadas ao nível das autarquias locais apontam para um declínio, para uma perda da base social e eleitoral da AD. Isto são factos insofismáveis!