Srs. Deputados, a independência de uma organização sindical não pode ser confundida com neutralidade. É que foi na base da independência que leva à
neutralidade que algumas organizações no nosso país não apoiaram directamente, mas, implicitamente, deixaram passar um candidato fascista às eleições presidenciais.
Vozes do PCP: - Muito bem!
O Orador: - A CGTP assumiu cora coragem a atitude coerente de impedir que o nosso país caminhasse novamente para aquilo que era antes do 25 de Abril.
E são essas atitudes corajosas que têm o seu preço, mas que os trabalhadores portugueses cada dia compreendem melhor.
Quero referir que certamente não há nenhum deputado nesta Assembleia que possa afirmar que a CGTP não é uma organização unitária. Na sua direcção - e é conhecido estão comunistas, socialistas, católicos, independentes, estão todos- os homens que defendem a unidade dos trabalhadores.
Vozes do PCP: - Muito bem!
O Orador: - Esta é a verdade que ninguém pode negar.
Por outro lado, também ninguém pode negar que a Intersindical continue a desenvolver um esforço permanente para a unidade de todos os trabalhadores e é público que todas as suas realizações são abertas aos sindicatos filiados e não filiados, independentemente das suas concepções sindicais.
Vozes do PCP - Muito bem!
O Orador: - Estes, Srs. Deputados, são alguns aspectos que, como deputado nesta Assembleia e como homem empenhado na luta pela defesa dos trabalhadores e da sua unidade, me parece justo colocar aqui na passagem do 11.º aniversário da central unitária dos trabalhadores portugueses.
Aplausos do PCP e do MDP/CDE.
deputados de um país que passa uma crise económica- muito difícil e que exige sacrifícios ao nosso povo. E não só por isso, mas também porque pensámos que era imoral para o prestígio deste parlamento que se aprovasse um estatuto daqueles, com um povo a quem se pedem diariamente novos e novos sacrifícios.
Aplausos do PCP e do MDP/CDE.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Amadeu dos Santos pediu a palavra para que efeito?
O Sr. Amadeu dos Santos (PSD): - É para um protesto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Um momento, só, Sr. Deputado. Há mais deputados que pediram a palavra.
Os Srs. Deputados João Evangelista e Araújo dos Santos pediram a palavra para que efeito?
O Sr. João Evangelista (PSD): - Também para um protesto.
O Sr. Araújo dos Santos (PSD): - Igualmente para um protesto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - São todos para protestos. Cada um de V. Ex.as dispõe de 2 minutos.
O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, podem-se ofender todos os deputados da Câmara, mas em nome do Grupo Parlamentar do PSD só um pode protestar. É este o procedimento que se tem seguido para Rodos e V. Ex.ª certamente o reconhecerá.
Sr. Presidente, acabo de ser alertado para uma eventualidade que naturalmente teríamos de considerar: é que, se os Srs. Deputados representarem diversas sensibilidades dentro do PSD, é óbvio que estaremos dispostos a ouvi-los.
Aplausos do PCP e risos do PSD.
Vozes do PSD: - Aqui há, sim, diversas sensibilidades, Sr. Deputado!
O Sr. João Evangelista (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado João Evangelista prescindiu?
O Sr. João Evangelista (PSD): - Não, Sr. Presidente. Os meus dois companheiros de bancada é que prescindiram.
O Sr. Presidente: - Então está a questão simplificada.
Tem V. Ex.ª a palavra, para o que dispõe de 2 minutos.
O Sr. João Evangelista (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, não pode passar em branco a insinuação maldosa feita pelo Sr. Deputado Veiga de Oliveira, dado que nem nós lho con-