grandes tradições no campo da emigração, os emigrantes elejem o rei D. Juan Carlos. É que aí o. sistema de votação é diferente.

Na itália, que é um pais fortíssimo no campo da emigração, a mesma coisa.

O Orador: - Vão até à fronteira e vão votar na Itália.

O Sr. José Gama (CDS): - Sr. Deputado Almeida Santos, se os candidatos não vão pessoalmente falar com os seus eleitores e mostrar-lhes os seus olhos azuis ou verdes, a culpa é do Partido Socialista que fez aqui aprovar uma lei onde textualmente se diz que é proibido fazer campanha junto dos emigrantes. A única campanha permitida é por escrito. A culpa é do seu partido.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado, o melhor argumento que deu ao meu partido é exactamente o de ter apresentado a percentagem de 4 %.

Vozes do PS: - Muito bem!

Tendo nós aqui 28%, alguma razão há para lá fora só termos 4%. Essa é a melhor demonstração de que eu tenho razão quando lhe digo que esse voto é um voto viciado pela falta de esclarecimento eleitoral, Sr. Deputado.

Aplausos do PS, da ASDI, da UEDS e de alguns deputados do PCP.

O Sr. José Gama (CDS): - Dá-me licença que o .interrompa de novo, Sr. Deputado Almeida Santos?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. José Gama (CDS): - Sr. Deputado, sendo o Partido Socialista o partido mais votado em França, como é que justifica essa votação?

O Orador: - Da mesma maneira, Sr. Deputado José Gama.

O Sr. José Gama (CDS): - Foi então pela ignorância?

O Orador: - Não Sr. Deputado. Não foi pela ignorância. Exactamente por ter havido uma oscilação tão grande é que o voto não é consciente, Sr. Deputado. Só por isso. Por ter saltado lá de cima cá para baixo é que o voto não é consciente. Não julgue que dizendo isto estou a diminuir o emigrante. Não é isso. É que o emigrante é igual ao povo daqui, quando já não se chama Smith ou Johnson. O que acontece é que ele não tem acesso às mesmas fontes de informação, não tem acesso à mesma campanha eleitoral que o eleitor de cá. É isso que os diferencia. Não queira tirar daí a circunstância de os estarmos a diminuir, não é isso. Eles são iguais a nós e, em muitos aspectos, têm-nos dado lições. Eu aceito isso, só que eles não têm o grau de informação que tem o eleitor nacional. Nessa medida, eles têm mesmo uma capitis diminutio que não é natural mas factual e circunstancial.

O Sr. José Gama (CDS): - Dá-me licença que o interrompa, mais uma vez, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. José Gama (CDS): - Sr. Deputado Almeida Santos, conclui-se então que, à medida que o tempo passa, mais consciente é o voto. Talvez por isso o facto de o Partido Socialista, em 1976, ter sensivelmente o dobro de votos que teve nas últimas eleições. Nesta altura os emigrantes estavam mais esclarecidos.

a República. Estamos, portanto, também a defender a Constituição da República, não estamos a defender nenhuma aberração porque, quando os senhores consideram esta solução aberrante, é aberrante que consideram a Constituição da República.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para protestar, tem a palavra a Sr.ª Deputada Manuela Aguiar.

realidade portuguesa, a realidade política, a realidade dos partidos políticos e que têm possibilidade de conhecer pelos jornais, jornais esses que sempre chegam a todos os países, é que vão votar.

É certo que estamos habituados em Portugal a que