qual todos os jornais se encontram satisfeitos e cujo capital pertence exclusivamente aos quatro jornais da tarde.

E então, só por isso, está a violar-se a Constituição?

Desde que passou a haver uma empresa distribuidora comum a todos os jornais, todos os quatro jornais da tarde beneficiaram com isso. estando todos plenamente satisfeitos com ela. sendo, como é. o seu capital pertença desses quatro jornais.

É completamente absurdo o ponto de vista do Sr. Deputado Magalhães Mota. Não resiste sequer ao menor exame crítico.

É evidente que uma coisa é a interparticipação de capital das empresas jornalísticas - ou, seja, a formação de trusts jornalísticos - e outra é o princípio cooperativo dos jornais poderem unir-se para serviços que são comuns, como sejam, por exemplo o da distribuição e o da recolha noticiosa, esta extremamente cara. pelo que é natural que os jornais se unam com vista à sua obtenção.

Agora o que gostaria de lhe dizer, Sr. Deputado Magalhães Mota, é que o que de tacto estava a acontecer era uma uniformidade noticiosa muito grande nos jornais portugueses. Na realidade, se o Sr. Deputado pegar em vários jornais, seja qual for a sua coloração política, e desde que não trate de artigos de informação ou de reportagens directas, encontra uma extraordinária monotonia na informação, pois a maior parte dos jornais limita-se a copiar os telegramas da ANOP.

Se é este o ideal jornalístico que o Sr. Deputado Magalhães Mota tem, ele não é, com certeza o meu. Por isso. eu gostaria que deixássemos de pertencer ao reinado absurdo da ANOP.

O Sr. Presidente: - Estão inscritos, suponho que para intervenções, os Srs. Deputados Raúl Rego e Luis Sampaio. Nesse caso, teriam a palavra depois desta troca de pedidos de esclarecimento, protestos e coisas equivalentes.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Sr. Presidente, dá-me licença? Foi-me feita uma pergunta a que eu gostaria de responder.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Nesse caso, Sr. Presidente, inscrevo-me para fazer uma segunda intervenção.

O Sr. Presidente: - Com certeza. Sr. Deputado. Fica inscrito.

Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Raúl Rego.

ponha fora aqueles que não têm feito devidamente a política da AD.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É para isso que nós caminhamos. Será isto prezar a dignidade e a independência da informação?

Aplausos do PS, da ASDI e da UEDS.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Sampaio.

O Sr. Luís Sampaio (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra não para fazer uma intervenção, mas para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Magalhães Mota.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, julguei entender que se tratava de uma intervenção ...

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Dá-me licença. Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Faça o favor.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Não sabia que o Sr. Deputado Luís Sampaio se tinha inscrito para uma intervenção: supunha que me estavam a pedir esclarecimentos.

O Sr. Presidente: - Não. Sr. Deputado.

Vamos lá ver! Houve uma série de pedidos de esclarecimento ligeiramente confusa, mas agora houve uma intervenção do Sr. Deputado Raúl Rego. Se o Sr. Deputado quer pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Raúl Rego, faça o favor.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Tal qual, Sr. Presidente!

O Sr. Presidente: - Então, tem a palavra.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - O meu pedido de esclarecimento vai no seguinte sentido: é que os princípios afirmados pelo Sr. Deputado Raúl Rego estão perfeitamente correctos: estou de acordo com eles. De maneira que não percebo por que é que o Sr. Deputado Raúl Rego afirma que o Estado fundou em 1975 uma agência de informação, que ficou a depender só dele. Neste momento quer transformar essa agência de informação numa outra em que praticamente todos os jornais tenham uma parte cooperativa. Qual é o critério de preferência do Sr. Deputado Raúl Rego? É o de agora, ou seja, o da agência pertencendo unicamente ao Estado, ou é o da agência pertencendo a todos os jornais?

Suponho que até aqui apenas 2 jornais diários se recusaram a fazer parte, que foram o Diário e o Dia. Todos os outros jornais diários, do Porto e de Lisboa,