então, a sua existência, não é capaz de defender nem os interesses nacionais, nem o interesse dos cidadãos portugueses.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para um pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado César de Oliveira.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Carlos Robalo: Ouvi-o com muita atenção e até com alguma estupefacção. Será por essa teoria que V. Ex.ª expôs...

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Oh, Sr. Deputado, para satisfazer a minha curiosidade, refira-me o caso ou o porquê da estupefacção. Até porque lhe poderia dizer o seguinte: Estupefacção, não! Mas talvez ignorância! Porque é uma tese que já defendo há longos anos, e pensava que o Sr. Deputado, como historiador, que é, até as conhecesse. Veja lá!

O Sr. Cessar de Oliveira (UEDS): - É exactamente por essa razão que vem a minha estupefacção. Vou-lhe explicar. É em virtude da teoria antimonopolista que V. Ex.ª e o CDS defendem, que certamente votaram favoravelmente o artigo da Constituição onde se dizia que «Portugal vai a caminho de uma sociedade sem classes». Foi por essa razão que o CDS votou favoravelmente o artigo da Constituição que prevê uma sociedade sem classes, ou seja, uma sociedade onde todos sejam proprietários e onde não haja monopólios.

Era essa a explicação?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Robalo, se deseja responder.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Deputado, gostaria de dizer-lhe o seguinte: sabe que há algo que é extraordinariamente importante na vida de um simples cidadão e na vida dos países, que é termos a noção do tempo e da História.

E, lamentavelmente, Sr. Deputado César de Oliveira, o Sr. perdeu a dimensão histórica das aprovações e das posições.

Espero bem que a recupere, para bem da classe operária e para bem do património cultural português.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para um protesto, tem a palavra o Sr. Deputado César de Oliveira.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Posso ter perdido o sentido do tempo e da História - aliás, em História fala-se muito no tempo de curta duração e de longa duração. O Sr. Deputado e o CDS é que parece que não perderam, sobretudo, o sentido do oportunismo. Isto é: na altura era importante votar a favor da sociedade sem classes, pois era o tempo, se a memória não me falha, em que o CDS defendia também um personalismo socialista...

Uma voz não identificada: - Na Televisão!

O Orador: - Exactamente, na Televisão, com textos e tudo!

Portanto, uma coisa é perder o sentido da História, outra coisa ê perder o sentido de uma mínima coerência, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para contraprotestar, o Sr. Deputado Carlos Robalo.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Acredito que V. Ex.ª tenha os tempos históricos assim escalonados. Mas havia algo que não esperava de V. Ex.ª: É que também tivesse a oportunidade da incorrecção, quando efectivamente eu nem lhe fiz nenhum protesto, mas sim observações. Quero dizer-lhe ainda, Sr. Deputado, que sobre oportunismo, recordava-lhe o que já recordei hoje. Não se esqueça, Sr. Deputado, do velho rifão popular português: «Quem tem telhados de vidro não pode atirar pedradas!»

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.