O Sr. Leonel Santa Rita (PSD): - Mais ou menos! ...

O Orador: - ...que dentro da Intersindical se têm levado a cabo. Não o admito, Srs. Deputados!

O Sr. Deputado Mário Tomé pode ficar descansado que os trabalhadores sabem o que é que hão-de fazer quando os «empurram». Empurram-nos com a contratação, com a legislação laboral ou com as medidas que tomam noutros campos, como, por exemplo, na habitação, empurram-nos com a repressão e com a revisão constitucional, mas eles sabem qual a posição que devem assumir perante o comportamento do patronato, perante o comportamento do governo AD, perante o comportamento desta maioria nesta Câmara.

Por tudo isto, Srs. Deputados, nós não abdicaremos da luta, iremos até ao fim. Por tudo isto, a CGTP já afirmou que, se esta situação se mantiver, não há outro caminho para os governos AD senão o de prepararem as malas e irem para a rua antes que seja tarde ou, de contrário, têm que arrepiar caminho. Mas, como não arrepiam caminho, porque não são capazes e porque não representam os interes ses da maioria do nosso povo, porque não representam os interesses dos trabalhadores, terão de ser corridos, e quem os vai correr será o povo, que em determinada altura, enganado, em vocês confiou que agora verifica a burla em que caiu.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Entretanto, vários senhores deputados pediram a palavra. Solicito-lhes o favor de me dizerem, sucessivamente, para que efeito a pediram.

Sr. Deputado Mário Lopes, para que efeito pediu a palavra?

O Sr. Mário Lopes (PSD): - Sr. Presidente, a discussão em causa refere-se ao meu círculo eleitoral e, por conseguinte, queria clarificar algumas informações ...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, peco-lhe o favor de me dizer para que efeito pretende usar da palavra, deixando as considerações para outra oportunidade.

O Sr. Mário Lopes (PSD): - Para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Em relação a quê, Sr. Deputado? Parece-me que, efectivamente, não há figura regimental que lhe permita usar da palavra.

Sr.ª Deputada Ercília Talhadas, para que efeito pediu a palavra?

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP):- - Para fazer um protesto face à afirmação feita pelo Sr. Deputado João Evangelista de que eu vivia de falsidades.

O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra, Sr.ª Deputada Ercília Talhadas.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Quero protestar, tal como acabei de dizer, pela afirmação do Sr. Deputado João Evangelista, que me parece que de evangélico tem muito pouco.

Desafio o Sr. Deputado a provar quais são as falsidades que os deputados comunistas trazem a esta Casa e, no meu caso concreto, quais são as falsidades que o Sr. Deputado pode aqui denunciar. Desafio o Sr. Deputado a provar isto!

E, como sei que o Sr. Deputado é incapaz de o provar, desde já lhe digo que, quando se não tem razão e quando se embarca no comboio que o senhor embarcou, de defesa do patronato, de defesa do grande capital, de defesa daqueles que sempre estiveram contra os trabalhadores, de defesa daqueles que sempre estiveram do lado de quem oprimiu e explorou vergonhosamente o nosso povo, à falta de razão, embarca-se na calúnia que foi onde o senhor acabou de embarcar.

Desde já lhe digo. Sr. Deputado, que eu protesto porque me sinto ofendida - como comunista, como deputada, como trabalhadora e como mulher- pelo facto de o Sr. Deputado, à falta de razões políticas, ter invocado razões que não têm nada de político e com as quais só podem ter razão aqueles que desconhecem a razão do nosso povo, que luta por melhores condições de vida, que nas fábricas e nos campos, em todos os lugares de trabalho, luta para correr com a AD do governo. E, muito mais cedo do que o Sr. Deputado pensa, a AD e este governo irão para a rua!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado João Evangelista, para contraprotestar.

Aplausos de alguns deputados do PSD.

O Sr. Presidente:- Sr. Deputado Pinto da Silva, para que efeito deseja usar da palavra?

O Sr. Pinto da Silva (PS): - Para dar um esclarecimento à Câmara, se me fosse permitido, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado sabe que não é possível usar da palavra para esse efeito. Lamento, mas não lhe posso conceder a palavra.

Sr. Deputado Veiga de Oliveira, para que efeito deseja usar da palavra?