O Sr. Presidente: - Não havendo mais oradores inscritos para pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado César de Oliveira para responder.

algum conhecimento de causa. Tive a honra e o privilégio de assistir, em Madrid, è manifestação que há oito dias aí teve lugar. E mais: assisti na Conferência de Roma ao relato -feito inclusivamente por militantes e membros da Direcção Nacional do Partido Comunista Italiano- das manifestações ocorridas em Roma. Ora, o sentido era, em primeiro lugar, a expressão de um enorme desejo de paz e, em segundo, o fim de blocos militares e o desmantelamento tanto dos SS-20 como um não rotundo à instalação dos Cruise e dos Persching 2. Era, aliás, esse o sentido da grandiosa manifestação' que no passado domingo teve lugar em Amesterdam, na Holanda.

Respondendo direi, portanto, que não sei se são grandes manobras, mas que compete aos povos da Europa manifestarem-se. Citei isso, exactamente a p. S da minha intervenção, ao dizer que não podem restar dúvidas de que o recuo verificado nas posições Reagan e a própria formulação da Opção Zero - que se calhar é mesmo uma opção nula, mas d da criação e desenvolvimento de um Movimento de Paz, em Portugal.

Por outro lado, sei que nos países do leste Europeu numerosas individualidades, como militante da Hungria, da Polónia, da Checoslováquia e de outros países - se o Sr. Deputado quiser posso fornecer-lhe a lista -, assinaram o Apelo Bertrand Russel Peace Fundatton.

Tenho conhecimento de que a própria Roménia organizou manifestações pelo desarmamento - não sei qualificar precisamente o sentido político específico dessas manifestações, mas a verdade é que a organizou. Sei também que o Presidente da Câmara de Liubliene na Jugoslávia, juntamente com outros Presidentes de Câmaras da Áustria e da Itália, vai participar no próximo domingo numa marcha da Paz, partindo de Udine, no Norte de Itália, em direcção a Trieste.

Portanto, julgo que o elucidei acerca destas posições.

Em relação ao Sr. Deputado Portugal da Silveira, quero em primeiro lugar agradecer-lhe as suas palavras.

Eu não sei se os mísseis estão apontados para Portugal, pois não sou perito militar. É natural que haja mísseis apontados para vários sítios, quer para o território da Europa Oriental, quer para o território da Europa Ocidental.

Contudo, o que eu julgo que hoje se passa na Europa - e creio que é este o factor principal a reter de toda esta problemática - é a consciência de que os europeus se unem e multiplicam os seus próprios esforços no sentido de serem sujeitos activos da sua própria História, de serem capazes de conduzir a construção de um destino comum ainda que irmanados com outros povos, nomeadamente pelo tal diálogo Norte-Sul Caso contrário, as heranças de Yalta perpetuar-se-ão, e com elas perpetuadas e reforçadas nós não iremos a parte nenhuma.

A Sr.» Alda Nogueira (PCP): - Muito bem!

Vozes da UEDS e do PS: - Muito bem!