É por isso que quando o Sr. Deputado fala na crise da nossa agricultura gostaria de lhe lembrar que se olhar para os números e se recorrer às estatísticas V. Ex.ª verá que de há 30 anos a esta parte a nossa agricultura tem um crescimento pouco acima do zero em alguns casos.

É esta a situação real que gostaria de esclarecer aqui, Srs. Deputados.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, terminou o tempo reservado ao período de antes da ordem do dia. Entretanto, encontram-se na Mesa 2 requerimentos solicitando o seu prolongamento.

Há alguma oposição?

Pausa.

Visto não haver, considera-se aprovado o prolongamento do período de antes da ordem do dia.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Suponho que o Sr. Presidente ainda não terá advertido a Assembleia para o facto de que o meu grupo parlamentar entregou um voto na Mesa durante a última sessão.

Ora, como esse voto não consta da ordem de trabalhos de hoje, suponho que a maior parte dos grupos parlamentares não o terá recebido. Dado não ter sido anunciado, pedia à Mesa o favor de tomar providências nesse sentido.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o voto foi anunciado pela Mesa no dia 27 de Novembro e eu ia precisamente agora perguntar à Assembleia se estava de acordo em votá-lo de imediato, entrando-se depois no prolongamento requerido.

Os Srs. Deputados estão de acordo em que se proceda agora à votação deste voto apresentado pela UEDS?

Pausa.

Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, nós nem sequer conhecemos o texto do voto apresentado pela UEDS, pois não foi distribuído à nossa bancada.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, esse voto foi distribuído na Conferência dos Grupos Parlamentares. No entanto, vamos proceder à leitura do respectivo texto.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, então eu perguntava aos proponentes se, nestas circunstâncias, vêem inconveniente em que esse voto fosse votado amanhã.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Lopes Cardoso.

Vozes do PSD e do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, parece que realmente houve uma deficiência na distribuição desse voto pelos grupos parlamentares, mas a verdade é que ele foi distribuído na Conferência dos Grupos Parlamentares e foi aqui anunciado.

No entanto, estamos de acordo em que esse voto seja votado amanhã.

Tem a palavra o Sr. Deputado António Arnaut para uma intervenção.

O Sr. António Arnaut (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Apresentei há pouco na Mesa vários requerimentos sobre problemas que dizem directamente respeito à cidade e ao distrito de Coimbra e, indirectamente, ao País.

Aproveito estes escassos 5 minutos para realçar dois desses documentos, dada a importância e a gravidade dos assuntos que neles são tratados. Face à escassez do tempo e à clareza do assunto exposto nos referidos requerimentos, vou limitar-me a ler ou a resumir os 2 textos, pensando assim sensibilizar os meus ilustres colegas e o Governo para os problemas que neles são tratados.

Respeitam esses 2 requerimentos a conflitos que recentemente se abriram e se estão a desencadear e a avolumar, por um lado, entre a Faculdade de Medicina de Coimbra e o Centro Hospitalar e, por outro, entre a Associação Académica de Coimbra e os organismos autónomos da Academia.

Conflito entre a Faculdade de Medicina de Coimbra e o Centro Hospitalar: desde 1974 que o ensino dos alunos dos 4.º 5.º e 6.º anos é ministrado tanto na Faculdade de Medicina como no Centro Hospitalar. A pletora dos alunos existentes em 1974 e nos anos subsequentes determinou essa colaboração entre as duas entidades, em termos que pessoalmente se me afiguram correctos e frutuosos.

Porém, o Decreto-Lei n.º 127/81, julgando ultrapassadas as circunstâncias que motivaram aquela colaboração, extinguiu o ensino médico no Centro Hospitalar. Um recente despacho conjunto dos Ministérios da Educação e dos Assuntos Sociais, através da Secretaría de Estado da Saúde e do Ensino Superior, interpretando equivocamente esse diploma, veio permitir a continuação do ensino clínico no Centro Hospital de Coimbra. Por isso, muitos estudantes ali se estão a inscrever.

Os docentes da Faculdade de Medicina não concordaram com essa interpretação e, numa atitude de protesto, recusaram-se mesmo a comparecer à