tivemos oportunidade de debater profundamente na Assembleia da República. Deixamos a outros a iniciativa do debate de outras matérias que são de grande importância e urgência, designadamente a matéria da Saúde, e estamos disponíveis para considerar a apresentação de uma moção de censura.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Muito bem!

stência do Sr. Primeiro-Ministro em relação às cooperativas quando dizia que a Assembleia não tinha compreendido bem a importância que o Governo atribuía às cooperativas de habitação. 15to disse o Sr. Primeiro-Ministro na reunião de apresentação do Programa do Governo. Bem vemos o que se está a fazer em relação às cooperativas de habitação que é, na verdade, procurar liquidá-las!

Portanto, creio que o que poderíamos dizer em relação à sua pergunta é que a perspectiva de futuro para as autarquias, visto como o Governo trata as finanças locais, e para as cooperativas, visto como o Governo as trata, é a mais negra possível, se entretanto não produzirmos a queda e a substituição do Governo Balsemão.

Mas antes de referir essa questão, que é a última pergunta do Sr. Deputado António Arnaut, eu queria ainda referir que concordo consigo quanto ao facto de esta política do Governo Balsemão em relação à habitação ir provocar - e já está a provocar - uma profunda cr ise na construção civil.

15to é já hoje visível em relação a todos aqueles empresários que estavam a construir para vender em regime de propriedade horizontal. Conheço vários e ao meu grupo parlamentar chegaram já as maiores queixas a este respeito.

Mas atrás disso vai um aumento de desemprego que também já se começa a verificar e, para além disso, como a indústria de construção civil é uma indústria que arrasta o desenvolvimento de outras indústrias, é a crise generalizada que se está a produzir atrás da crise da construção civil.

Finalmente, quanto à pergunta feita pelo Sr. Deputado António Arnaut - qual a perspectiva que tem este Governo, qual a sua duração - creio, Sr. Depu

tado, que isso depende de nós. 15to é, depende dos partidos que constituíam a FRS, do nosso partido, do MDP/CDE e da própria UDP. Depende dos partidos da oposição o tempo de duração deste Governo e quero crer que somos capazes de lhe pôr fim muito rapidamente. É para isso que nós trabalhamos e foi também com esse objectivo que aqui fizemos esta declaração política.

Aplausos do PCP, do MDP/CDE e do Sr. Deputado António Arnaut do PS.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Greve nacional!

O Orador: - Eu não me referi à greve nacional...

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Não houve nenhuma pergunta nesse sentido. Foi um aparte.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, parece-me que não foi feita nenhuma pergunta nesse sentido de maneira que, noutra oportunidade, poderá referir-se a essa questão.

O Orador: - É que, Sr. Presidente, julguei que a UEDS não tivesse tido oportunidade de se inscrever e que o Sr. Deputado me fazia a pergunta um tanto em segredo. Mas eu respondia-lhe publicamente, não tinha nenhuma dificuldade.

Uma voz do PSD: - Que segredo!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Silva Marques, tinha pedido a palavra?

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sim, Sr. Presidente, para um protesto.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

Risos do PCP.

De qualquer modo, eu queria manifestar a V. Ex.ª uma ideia fundamental. V. Ex.ª fala de justiça social mas a justiça social de que V. Ex.ª fala será conseguida até ao fim através da democracia parlamentar?

E pergunto isto porque VV. Ex.as defendem a tese contrária. A justiça social de que VV. Ex.as falam,