questões com sabor a perguntas venham a ser postas mas, como não as podemos antecipar, é em relação às questões que agora foram suscitadas que o Governo tem de responder.

Alguns outros Membros do Governo intervirão também e, pela minha parte, num tempo que não gostaria que fosse muito longo, gostaria de juntar alguns elementos de esclarecimento.

Sem querer ser demasiado polémico - já sabem que não é esse o meu estilo e talvez até peque pelo inverso...

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Não apoiado!

O Orador: - ... -, há algumas questões que eu diria estarem tão longe de poderem constituir uma alternativa que admito que isso tenha a ver com o facto de a probabilidade de alguns Srs. Deputados que as formularam virem a estar associados ao Governo proximamente ser muito longínqua. São postas questões em tais termos que, quer fosse em Portugal ou noutro país qualquer, a probabilidade de lhes dar resposta nos termos em que estão implícitos à maneira como elas estão equacionadas é realmente muito remota.

Estava a lembrar-me da intervenção da Sr.ª Deputada da bancada do Partido Socialista...

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Deve ter havido lapso!

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Ou de partido ou de sexo!

devia ter feito uma verdadeira transformação das estruturas agrárias em Portugal e da sua capacidade de produção. E tal não aconteceu.

Se alguma coisa as estatísticas mostram é que nos últimos oito anos as tendências da produção agrícola têm sido sistematicamente para a baixa. Não houve nenhum Governo anterior à AD que tivesse conseguido traduzir resultados sensíveis em matéria de produção agrícola.

0 Sr. Jorge Lemos (PCP): - Porquê?

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Mas nunca foi tão mau como nos governos da AD.

O Orador: - Não sei se foi porque não era essa a preocupação principal ou porque os modelos que introduziram não vingaram. Mas o facto é que a tendência da produção agrícola em relação às principais produções e às vastas áreas em que houve uma intervenção do Governo na transformação das estruturas agrárias, foi no sentido da obtenção de resultados negativos.

Não quero alongar-me neste tipo de polémicas, apenas referi que não me pareceu que algumas das resoluções - e tomei esta como exemplo- fossem muito susceptíveis de serem apresentadas ao povo português como alternativa para a política que a AD está a apresentar.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

dignificar o trabalho orçamental para constituir a norma e orientação das finanças públicas portuguesas. Ora, estamos tão arredados disso e há um progresso tão grande a fazer que vamos precisar de muitos esforços conjuntos para o conseguir.

Já não penso, por exemplo, que a referência que o Sr. Deputado fez em relação ao orçamento cambial seja realizável a curto prazo. Julgo que a proposta feita pelo Governo de no prazo de alguns meses a pôr de pé é a mais realista. Não conheço nenhum precedente, desde os tempos em que essa imposição existe, no sentido de ter sido implementado algum orçamento cambial. Houve realmente uma tentativa de apresentação que não foi depois traduzida em nenhuma realização e, portanto, se o fizermos no prazo que propomos isso terá lugar também pela primeira vez.

Relativamente às coordenadas gerais da nossa economia, alguns Srs. Deputados não gostaram da maneira como reparti o tempo da manhã. No entanto, lembro-me que em várias intervenções, nomeadamente durante a discussão do Programa do Governo, tinha já apresentado várias das coordenadas que, penso, existem neste momento na nossa economia. Devo lembrar que o que está em discussão não é o Plano em si mesmo mas, sim, as Grandes Opções do Plano