simples: identificação total com os interesses e aspirações mais profundos do nosso povo.
Vozes do PCP: - Muito bem!
O Orador: - Srs. Deputados: Vivemos "tempos incertos", disse Fidel de Castro, ao abrir a 68.ª Conferência da UIP que se realizou recentemente em Havana, perante cerca de mil parlamentares de perto de cem países de todos os continentes, ao referir-se à situação política mundial. Se isto é verdade, é igualmente verdade que existem grandes factores de esperança. No passado domingo, o povo grego, na continuidade das mudanças operadas em Chipre e na França, infligiu uma pesada derrota às forças de direita, afastando-as do Poder. Disse um claro e rotundo não às forças do passado, afirmando inequivocamente que quer construir uma nova vida, em paz e progresso. Assim será também no nosso país, e bem mais cedo do que alguns possam pensar. Por mais que teorizem os politólogos de pacotilha. Por mais que sonhem com "blocos centrais". Os resultados das eleições em Loures vieram confirmar que o nosso povo está farto de intrigas, demagogia, incompetência e corrupção. Vieram mostrar, ainda com mais clareza, que a base social e eleitoral da AD decresce vertiginosamente. A sua legitimidade para continuar a governar é, de facto, nenhuma. E é o próprio PSD, partido maioritário da Aliança, que o reconhece, ao procurar, a pretexto das eleições autárquicas, aliança com o PS. Pressentindo a derrota que sofreria em novas eleições gerais, o PSD não hesita em tratar o seu aliado CDS como um incómodo pedregulho que ameaça arrastá-lo para o fundo. Face a esta derrocada iminente, é impossível conceber que algum democrata lance uma bóia de salvação à AD ou a qualquer dos partidos que a integram. Seria igualmente inadmissível que qualquer entendimento pudesse ser feito com os partidos da direita, viabilizando a revisão inconstitucional da Constituição. E por isso mesmo não podemos deixar de chamar à atenção para o perigo que representa a possibilidade de a AD encontrar alianças que viabilizassem um programa mínimo para a revisão constitucional, particularmente nas questões centrais da organização do poder político. É cada vez mais urgente uma alternativa democrática à AD. Mas não é com a direita, mas sim contra a direita que se constroem e se viabilizam as alternativas democráticas. Os resultados eleitorais observados na Grécia, no passado domingo, são disso prova eloquente.
Vozes do PCP: -Muito bem!
O Orador: - É neste quadro e nesta perspectiva que apelamos a todos os democratas e antifascistas, para uma profunda e séria reconsideração sob todos os aspectos relacionados com a revisão constitucional e com a alternativa a este governo. É neste quadro que as propostas do PCP são cada vez mais actuais. É necessária e urgente uma alternativa a este governo, com a formação de um governo que respeite as normas constitucionais, as leis da República, e resolva os grandes problemas nacionais. Se para tal for necessário, dissolva-se a Assembleia da República e ouçamos a opinião do nosso povo, através da antecipação de eleições gerais. Em vez da intriga, o povo português quer resolver os seus problemas. Em vez da demagogia, o povo português quer ver melhoradas as suas condições de vida. Em vez da incompetência, o povo português quer participar na resolução. correcta dos seus problemas graves e muito concretos. Em vez de corrupção, o povo português quer trabalho, competência e honestidade. Por isso, o campo democrático é muito mais forte que o campo reaccionário. Estamos seguros de que a vontade do povo português prevalecerá e Portugal, com a unidade e o contributo de todos os patriotas e democratas sem excepção, seguirá no caminho de Abril.
Aplausos do PCP e do MDP/CDE.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Coimbra, para um pedido, de esclarecimento, dispondo de três minutos.
O Sr. Sousa Marques {-POP): - Ainda você não era deputado já nós falávamos disso!
Comércio Luso-Espanhol e à necessidade da sua renegociação.
Ainda bem que o PCP adere às teses do PPM quanto ao poder local. Fica-me apenas uma dúvida