O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
Aplausos do PSD.
O Sr. Fernando Cardote (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
 O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
  O Sr. Rogério Brito (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
  O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
  O Sr. Rogério Brito (PCP):- Sr. Presidente, sinto-me extremamente satisfeito porque finalmente consegui pôr a bancada da maioria a falar, o que era uma coisa que ainda não se tinha conseguido.
  Queria também dizer que não falei da especulação do merceeiro do meu bairro. Esse - coitado - não é especulador, esse leva com a martelada.
  O Sr. Borges de Carvalho (PPM): - E com a foice!
  O Orador: - Os outros, os tais especuladores, conseguem sempre passar pelas malhas e, quando muito, pagam mais uns impostos. Os Srs. Deputados sabem bem a que especulação me referi: quanto a essa, há muita, é abundante e parece que estamos a institucionalizá-la. É pena e é de lamentar que tal aconteça.
  Vozes do PCP: - Muito bem!
  O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
  Vozes do PSD: - Muito bem!
  O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
  O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quem, acima de tudo, neste país institucionalizou a especulação foram os anos de desordem de 1974 e 1975.
  Aplausos do PSD e risos do PCP.
  Foi nessa altura que a especulação teve origem.
  Os senhores só tiveram a preocupação de acabar com os empresários, mas não tiveram a menor preocupação de evitar a especulação neste país.
  Vozes do (PS): - Muito bem!
  O Orador: - Tudo passou a ser especulação. As grandes fortunas que se fizeram depois da Revolução para cá foram fortunas colossais. Posso citar nomes. Alguns deles são simpatizantes do Partido Comunista e especuladores ultraconhecidos.
  Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.
  A especulação desenfreou-se neste país e, inclusivamente, houve a preocupação de acabar com os empreendedores, com os industriais, com os empresários, mas não houve a preocupação de acabar com a especulação. A especulação infiltrou-se de tal maneira na vida económica do País que levará muito tempo e custará muito a estripá-la.
  Vozes do PS: - Muito bem!
  O Orador: - Desde o Alentejo até ao Minho todo o País se tornou num país de especuladores.
  Aplausos do PSD, do CDS e do PPM. Protestos do PCP.
  O Sr. Rogério Brito (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
  O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
  O Sr. Rogério Brito (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado: Em primeiro lugar, não há dúvida nenhuma que temos um problema de especulação. Aliás, o Sr. Deputado Sousa Tavares demonstrou que é um especulador das palavras e dos próprios acontecimentos históricos.
  Aplausos do PCP.
  Em segundo lugar, gostaria de saber qual vai ser o imposto de mais-valias sobre os rendimentos espe-