soluções conciliatórias. Por isso e como solução conciliatória no caso das repúblicas de Coimbra, penso na compreensão daqueles que hão-de fazer cumprir as leis e daqueles que hão-de servir-se delas sem defender a «Lei da Boa Razão», que preenche todas as lacunas. Silenciosamente, um « Efe-erre-á» por todas as repúblicas e estudantes de Coimbra de hoje e de sempre.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Costa Andrade.

que as repúblicas de Coimbra deram à cultura, em sentido tradicional, mas também pelas qualificações próprias da vivência cultural das repúblicas de Coimbra.

Para além desse contributo o que qualifica a vivência cultural das repúblicas de Coimbra são as qualificações da sua própria criatividade, a irreverência das suas expressões, o simbolismo dos seus rituais. Mais do que um contributo para a cultura, a vivência das repúblicas de Coimbra perfila-se como uma contracultura que constitui o fermento indispensável de reivindicação e de contestação, sem o qual toda a cultura acaba por morrer e não será mais do que o piar dos mochos, por cima de um cemitério.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Aplausos gerais.

Antes do Movimento das Forças Armadas - pode dizer-se com particular objectividade -, houve o movimento de Capas Negras, armadas apenas da força da sua razão e da invencibilidade da sua imaginação criativa, da sua capacidade para inventar alternativas.

Claro que, Sr. Presidente e Srs. Deputados, falarmos das repúblicas de Coimbra implica também, nesta altura, uma visão mais global.

Não podemos deixar de prestar, agora, a nossa homenagem a todos aqueles que passado o período em que determinadas forças juvenis apareceram mais ébrias de um determinado monolitismo cultural tiveram coragem, bom-senso, lucidez e souberam dar expressão aos sentimentos e valores que radicavam na tradição coimbrã.

Não posso deixar de recordar aqui nomes como António Portugal, António Brojo - o primeiro, nosso colega de bancada, aqui, na sessão legislativa anterior- enfim, homens como Almeida Santos que nos anos de 1977 e 1978 muito fizeram para recuperar alguma coisa da tradição de Coimbra.

Não posso também, nesta hora, de ter uma palavra de particular agradecimento para com a JSD que com empenho e denodo conseguiu dar, de novo, à cidade de Coimbra, a Portugal, esse espectáculo maravilhoso, essa manifestação ímpar que é a Queima das Fitas, dos estudantes da Universidade de Coimbra.

Aplausos gerais.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: A opção legislativa que vamos tomar, mais do que um acto de graça de qualquer privilégio, é um acto de justiça pela dívida que temos para com as repúblicas de Coimbra, tanto no plano cultural como no plano político. E se algumas dúvidas houvesse, quanto à justiça desta iniciativa legislativa, elas desfazer-se-iam ante este serviço que as repúblicas de Coimbra nos prestaram ao propiciar, neste areópago do pluralismo político e do conflito natural este momento de consenso próprio do universo cultural. As repúblicas de Coimbra também aqui nos disseram que é possível de vez em quando recolher os machados da guerra e fumar tranquilamente o cachimbo da paz.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado César de Oliveira.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero apenas dizer umas brevíssimas palavras, pois os Srs. Deputados que me antecederam disseram tudo ou quase tudo sobre as repúblicas. Julgo, no entanto, que há um aspecto que não foi devidamente salientado e talvez seja esta a hora adequada para o fazer.

Porém, não quero iniciar a minha intervenção sem dizer ao PPM que finalmente vai aprovar um pro-