degradadas do Porto, Miragaia e Sé, com intuitos político partidários.

Devo dizer-lhe, Sr. Deputado, que o meu grupo parlamentar visitou essas zonas no mesmo dia em que o P6 a fez. Nesse mesmo dia, por volta das 18 horas, o PCP deu uma conferência de imprensa para denunciar a situação .calamitosa que se vive nessas duas zonas. - Portanto, a nossa participação foi pública e notória.

Assim, a conferência de imprensa e a minha intervenção neste Plenário tiveram como único objectivo alertar para a situação degradante em que vivem aqueles populações, facto que o Sr. Deputado e outros elementos do PS puderam apreciar.

Simplesmente, não posso aceitar o facto de o Sr. Deputado, ao apresentar um projecto de lei para declaração do estado de calamidade destas zonas, pôr em dúvida a direita que o mero partido tem de levantar a voz nesta Assembleia ou durante uma conferência de imprensa, defendendo assim os interesses das populações.

Devo dizer-lhe, Sr. Deputado, que o que moveu o meu partido afazer aquela visita, a dar a conferência de imprensa e fazer aqui uma intervenção foi, única e simplesmente, a defesa dos interesses dessas populações, que ao longo destes anos têm sido marginalizadas, não vendo resolvidos os seus; problemas nem vendo boa vontade nesse sentido.

Nós não temos nada contra o projecto de. lei do PS. Estamos mesmo de acordo com ele, Mas isso não dá o direito de o Sr. Deputado pôr em dúvida a participação e. a denúncia do meu partido em relação a essas duas freguesias.

Vozes do PCP: - Muito bem!

gostaria de dizer que eu não insinuei que a sua intervenção tivesse sido político-partidária uma vez que o afirmei, o que não é um insulto.

O Sr. Deputado pertence a um partido e fez uma intervenção partidária; o Sr. Deputado pertence a esta Câmara política e fez uma intervenção política. Portanto, eu afirmei que o Sr. Deputado fez uma intervenção político partidária.

Eu não quis dizer que o Sr. Deputado não tem o direito de fazer, tal como qualquer outro deputado, as intervenções que muito bem entender. Penso que os deputados do PCP, do PS e alguns deputados da AD têm suficiente experiência dos tempos que passaram, em que não puderam pronunciar-se sobre os assuntos que os preocupavam, para que não pensem que eu, sendo deputado do PS, tentei coarctar o direito que o Sr. Deputado do PCP e se fosse da AD eu teria exactamente o mesmo comportamento tem de se pronunciar sobre o que muito bem entender.

A introdução que fiz à pergunta do Sr. Deputado tem o sentido de um desabafo. >r que, permitem-me, vou fazer um desabafo que explica o desabafo de fintem: eu visitei durante o fim de semana passado as zonas da 9é - visitarei a zona de Miragaia no próximo fim de semana - tendo ficado profundamente emocionado com o que vi. Penso que os portugueses não conhecem minimamente a situação em que vivem outros portugueses.

Ora, foi precisamente porque fiquei impressionado, tal como V. Ex.ª também ficou certamente, que desejei, por uma questão de eficácia, não ver comprometido o projecto de lei que, juntamente com outros camaradas, apresentei neste Plenário e que vou defender até às últimas consequências. Esta minha intenção é-me imposta gela minha consciência, a minha dignidade de deputado e de homem deste país.

Portanto, foi para não prejudicar a eficácia desse diploma que eu fiz a intervenção de ontem.

Vozes do PS: - Muito bem 1

4 Sr. Presidente: - Para um protesto, tem a palavra o Sr. Deputado António Mota.

nesta Câmara as intervenções que muito bem entender para defender as populações.

Já que estamos aqui a falar neste problema é bom dizer que as populações em Miragaia votaram na APU e na Sé votaram em duas forças de esquerda. Portanto, compete ao meu grupo parlamentar levantar aqui estas justas reivindicações e estes direitos a que têm as populações destas duas freguesias. Inde