pendentemente de considerarmos que as outras freguesias do Porto também vivem em situações difíceis, neste caso concreto em relação aos temporais, temos que defender com rapidez os interesses das populações destas duas freguesias.

Aplausos do PCP.

O Sr. Manuel dos Santos (PSD) - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado? É para contraprotestar?

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, não desejo contraprotestar mas sim invocar uma figura que vi recentemente aqui invocada e que é a. figura do contraprotesto ou do protesto positivo.

Portanto, pedia a V. Ex.ª que num ligeiro entorse ao Regimento, me permitisse dizer aquilo que pretendo. Serei muito breve.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

Aplausos do PS e do Sr. Deputado Carlos Robalo (CDS).

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados, o período de antes da ordem do dia termina às 11 horas e 30 minutos e temos ainda a inscrição de ontem do Sr. Deputado António Mota para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Manuel Moreira.

Tem a ,palavra, Sr. Deputado.

O Sr. António Mota (PCP): - O Sr. :Deputado Manuel Moreira fez ontem uma intervenção bastante exaltada em defesa das medidas adoptadas pelo seu Governo em relação às populações das, freguesias da sé e de Miragaia. ' .

Não conheço, neste caso concreto, quais são as medidas que o Governo tomou. O que conheço, Sr. Deputado, são as medidas que o, vereador da A.D, Artur Andrade, pretende aplicar. Uma, delas é sonegar casas aos desalojados destas duas freguesias, não fazer qualquer levantamento das casas devolutas que se encontram nos bairros camarários e .na cidade e, pelo contrário, tentar vender ainda, por 100000 contos o. Bairro António Beça Leite, que o Sr. Deputado sabe tão bem como eu que tem 328 habitações.

Só esse bairro, como o Sr. Deputado sabe, albergava aquelas famílias e resolvia os problemas das populações. Mas o Sr. Arquitecto Artur Andrade não

está nada :preocupado com isso. Isso reflecte a política da AD e da Câmara Municipal do Porto.

Gostava, pois, que o Sr. Deputado me dissesse quais são as medidas que o Governo neste momento está a tomar em relação a estas freguesias, porque eu não as conheço.

Gostava que o Sr. Deputado as referisse concretamente e não no vazio, porque as populações querem ver os seus problemas resolvidos e não podem estar à mercê da demagogia deste Governo.

A única coisa no que respeita a medidas tomadas por este Governo é o facto de, enquanto as populações tinham fugido das suas casas devido ao vendaval e iam viver para pensões e as suas mobílias eram postas nos frigoríficos do bacalhau, o Sr. Pinto Balsemão .pavoneava-se patinando lá fora, no gelo, passando umas férias cómodas e serenas. Isto, enquanto as populações deste país estavam a sofrer a miséria e o problema dos temporais.

São estas as medidas que eu conheço.

O Sr. Jorge Lemos (-PCP): - Muito bem!

O Orador: - E quando o Sr. Primeiro - Ministro foi patinar lá fora eu ,pensava que, como ele já estava farto de patinar neste país, de facto se patinasse.

A única medida que este Governo e a Câmara Municipal do Porto deviam tomar era demitirem-se, porque a única desgraça nacional neste .pais é termos ume Governo AD que nada tem feito pelas populações. Pelo contrário, só tem .prejudicado profundamente essas populações.

E quando o Sr. Arquitecto Andrade vem dizer, através da imprensa, que, não pode dar casas, porque se as desse os moradores das outras. zonas também as vinham exigir; isto, Sr. Deputado, é virar moradores contra moradores. Isto é arranjar argumentos para não ajudar aquelas populações. Porque esta é a política do Sr. Arquitecto Artur Andrade, do Sr. Pinto Balsemão e do vosso Governo.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a :palavra o Sr. Deputado Manuel Moreira.