desarmamento simultâneo e controlado. Os contactos não são responsáveis: todos estiveram presentes por manifestação ocasional - é o caso de não poder ser responsabilizada a AD na sua manifestação contra a invasão da Polónia, por se terem misturado fascistas nessa manifestação cívica a fazerem o sinal nazi. É evidente que a AD não pode ser responsabilizada por isso. E é esta destrinça que eu quero fazer.

Sobre o terceiro ponto, que se trata de uma temática de alto nível político, ou seja, as declarações por interposta pessoa do Presidente da República, não se trata de assunto de reflexão individual, pelo que o meu partido formal e oficionalmente se pronunciará sobre o tema.

Eram estas as destrinças que eu queria fazer.

Aplausos de alguns deputados do PS.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Desta vez a AD não bate palmas?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Reparei que também a bancada do CDS se inscreveu para intervir e, no espírito do que há pouco propus, com vantagens para o debate, talvez houvesse conveniência em que o Grupo Parlamentar do PCP fosse o último a intervir e, já o dissemos, não para termos a última palavra - não temos essas pretensões -, mas para podermos esclarecer todas as questões que entenderem levantar e o debate poder depois prosseguir com mais proveito para a Câmara e para a democracia portuguesa.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, peço a sua atenção para o facto de a Mesa estar a seguir a ordem de inscrições, estando a seguir inscritos os Srs. Deputados Rui Pena, Mário Tomé, Herberto Goulart, Lopes Cardoso e Magalhães Mota.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O nosso pedido é no sentido de intervirmos no fim de todos esses Srs. Deputados.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Não pode ser, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Parece que há várias objecções a esse pedido.

Pediram a palavra os Srs. Deputados José Luís Nunes, Lopes Cardoso, Jaime Gama e Rui Pena.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

Queria muito simplesmente dizer que entendo que o Partido Comunista não está no banco dos réus. Portanto, não se trata de lhe perguntar o que tem a alegar em sua defesa. Por isso, nós, não prescindimos de falar na ordem em que nos inscrevemos, pelo que não aceitamos que o Partido Comunista seja o último a usar da palavra.

Aplausos da UEDS, do PS, do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - A AD bate palmas?

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Não é, talvez, curial nesta Casa, fazerem-se protestos em apartes. Contudo, já não é o primeiro aparte das bancadas do Partido Comunista, sublinhando os aplausos vindos da bancada da AD.

Eu podia dizer ao Partido Comunista que se trata da homenagem prestada pelo vício à virtude. Mas não digo! O que digo é que, tratando-se de problemas que têm a ver com as liberdades fundamentais, o que eu lamento é que os aplausos não venham da bancada do Partido Comunista.

Aplausos da UEDS, do PS, do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Eu não tinha feito nenhuma exigência, nem invocado nenhuma norma regimental para falar depois dos Srs. Deputados inscritos. Tinha até esclarecido que não pretendíamos ter a última palavra.

Fiz apenas um pedido à Assembleia, no sentido de ser considerado o nosso propósito de falarmos no fim ou, em face da intervenção que o Sr. Deputado Lopes Cardoso acaba de fazer, lamentando embora o estado de espírito muito emocionado em que o Sr. Deputado Lopes Cardoso se encontra ...

Risos do PS, do PSD, do CDS, do PPM e da UEDS.

... e a sua antecipação de juízo sobre o comportamento e atitude do PCP - o Sr. Deputado Lopes Cardoso lá tem as suas razões -, nós não temos nenhuma dificuldade em intervir agora, embora pensássemos que, para eficácia e proveito do debate parlamentar, nós devêssemos intervir só no fim.