declaração. Como assim não aconteceu, queria dar uma explicação à Câmara nesse sentido.
Eu nunca ofendi pessoalmente o Sr. Deputado Jaime Gama como nunca ofendi nenhum deputado desta Assembleia. Apenas qualifiquei e caracterizei a sua declaração, que é extremamente grave, porque ultrajou os comunistas portugueses e o PCP, quando sabe que o nosso partido não tem acesso à televisão para se defender.
Por isso, não podia deixar de aqui, na Assembleia da República, caracterizar, com toda a dureza que é indispensável, aquela declaração que espero o Sr. Deputado Jaime Gama nunca mais volte a fazer.
Se isso voltar a acontecer terá de nos ouvir aqui, na Assembleia da República, uma vez que enquanto Proença de Carvalho estiver na televisão e a AD no Governo nós teremos um acesso muito limitado a esse meio de comunicação social.
Na Assembleia da República temos tanto tempo para falar como o Sr. Deputado e aqui o Sr. Deputado Jaime Gama perde.
Aplausos do PCP.
O Sr. Jaime Gama (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente:- Sr. Deputado, peço muita desculpa mas não lha posso conceder.
O Sr. Jaime Gama (PS): - Penso que o Sr. Presidente, ao conceder a palavra ao Sr. Deputado Carlos Brito, tinha em vista algo mais do que admitir a indigência das suas palavras e da posição do seu partido.
O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Está a afundar-se. É melhor não dizer mais nada!
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Jaime Gama, naturalmente que não vou revelar o que penso ou o que posso imaginar das intervenções que os Srs. Deputados vão produzir.
Pedia, porém, a sua compreensão para a conveniência de que agora usasse da palavra, por um tempo muito breve, o Sr. Deputado Leonel Fadigas, que é o orador que se encontra inscrito a seguir.
O Sr. Jaime Gama (PS): - Sr. Presidente, aceito as suas palavras na convicção de que elas exprimem que este debate se encerrou revelando o verdadeiro escândalo que constitui a posição do PCP sobre estas matérias.
Risos do PCP.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Fadigas.
O Sr. Leonel Fadigas (PS): - Sr. Presidente, vou também invocar o direito de defesa motivado pela intervenção do Sr. Deputado Carlos Brito.
Afinal de contas devo uma explicação a esta Câmara e devo penitenciar-me. Os manifestantes do PS que estiveram na Marinha Grande é que foram os provocadores por perturbarem o exercício de defesa
corporal dos elementos do PCP da Marinha Grande, provavelmente os mesmos que se matam a tiro na sua sede!?
Apresento, pois, à Câmara as minhas desculpas pela intervenção que há pouco profen.
Aplausos do PSD e do PPM.
O Sr. Carlos Candal (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Também se sente ofendido, Sr. Deputado?
O Sr. Carlos Candal (PS):- Não, Sr. Presidente. Tenho um grande poder de encaixe.
Era apenas para prestar um esclarecimento à Câmara.
O Sr. Presidente:- Sr. Deputado, não pode usar essa figura. Poderá fazer uma intervenção sobre o tema que quiser ...
O Sr. Carlos Candal (PS): - Se V. Ex.ª me permite, peço 30 segundos para prestar um esclarecimento.
O Sr. Presidente: - Eu não vejo inconveniente nenhum nisso, mas acontece que há cinco grupos parlamentares inscritos para usarem da palavra.
O Sr. Carlos Candal (PS): - Mas, Sr. Presidente, tenho direitos regimentais e um deles é prestar esclarecimentos. E só peço 30 segundos, tempo esse que já gastámos.
O Sr. Presidente:- Tem a palavra, Sr. Deputado. Mas pedia-lhe que lesse melhor o Regimento.
O Sr. Silva Marques (PSD): - Não é o caso típico dos compagnons de route?
O Orador: - Ó Sr. Deputado Silva Marques, eu nunca fui comunista!
O Sr. Silva Marques (PSD): - Não me estava a referir ao seu caso.
O Orador: - ..., embora possam ter uma perspectiva errada da situação mundial, da interpretação do artigo 7.º da Constituição e do programa do Partido Socialista, como é normal errar nas interpretações pessoais que se façam dos textos.