feticamente anunciado, então, obrem-se as portas do império do mais forte, daquele que, tomando nas mãos todos os fios das ideias e das vontades, se torna o "único homem", dono dos critérios e intérprete exclusivo dos valores.

Votes do PSD: - Muito bem!

do termo, um político totalitário, não é menos certo que o seu cepticismo, bebido nos vários agnosticismos de que se alimentou, tornou possível, ou fatal, o advento do império estaliniano, que teve como subproduto o império hitleriano - um e outro nascidos da substituição da verdade abstracta que, vista por olhos humanos, é a vontade divina, criadora do real, pela "verdade concreta" que é a vontade do chefe, do único intérprete da esfera dos valores.

No ponto de convergência do ideologismo com o "culto da personalidade", isto é, com o mais simplificado e extremo dos individualismos, não podia deixar de surgir o fenómeno terminal da política desaxada, da política sem cultura.

Por isso me parece da mais feliz actualidade esta conjuntura histórica. Ao renovar a tradição agostiniana, já um tanto esclerosada por mais de sete séculos, a Escola Franciscana, que Frei António de Lisboa iniciou por encargo de Francisco de Assis, veio dar à Idade Média o "suplemento de alma" de

mente a abrir-se; perante a responsabilidade que parece recair sobre os ombros de alguns militares e de alguns estadistas, o PPM entende que o problema que se apresenta à consciência do povo português não se pode esgotar nas dimensões de um ou dois relatórios oficiais, por muito que o seu conhecimento seja indispensável, por muito que devamos recordar que foi o nosso partido que publicamente exigiu, durante o Verão de 1975, o inquérito militar de que veio a sair o chamado relatório riscado.

O Sr. Portugal da Silveira (PPM): - Muito bem!

O Orador: - O problema tem a ver com toda a dimensão histórica da Nação portuguesa desde que aceitou a vocação que deu início à história moderna e fez da humanidade definitivamente um todo.

Muito longe estaríamos da grandeza de tal vocação e de tal responsabilidade se nos entretivéssemos a esgravatar o terreno, ainda calcinado e coberto de cinzas humanas, para averiguarmos meia dúzia de nomes. O problema - como já foi dito, nesta sala, pela Sr.ª Deputada Natália Correia- é nacional, é de todos nós.

Uma voz do PSD: - Muito bem!

longo de quase todo este século, desempenhar a missão de que se havia incumbido. Em vez de servir, proeurou ser servido. Em lugar de confirmar o movimento da história como convergência para o "ponto ómega", de que fala Teilhard de Chardin, quis - se verdadeiramente quis alguma coisa! - lançar um movimento de divergência: desirmanar, em vez de irmanar. Fê-lo, ou tentou-o com tanta ambiguidade que muitos portugueses de boa vontade continuaram a sacrificar-se até à morte por um ideal falseado, confiantes na clarividência de um ou dois chefes "providenciais". O resultado é o que se vê.

Sr. Presidente, Srs. Deputados,: Interessa relativamente pouco saber quem são os responsáveis, não digo da colonização, facto universal e de fecundidade e legitimidade indesmentíveis, desde que feita em certas condições e dentro de certos limites, mas sim do colonialismo e da chamada "descolonização", tal