O Orador: - Ouviu-se, Sr. Deputado!

Se o 5r. Deputado necessitar de mais alguns elementos estarei disposto a repeti-los, se necessário.

O Sr. Deputado Eduardo Pereira tocou ainda num ponto que me pareceu importante, fez um diagnóstico e disse que este era o primeiro debate sobre a habitação. Pois, tanto melhor porque pela primeira vez penso que ganhamos alguma coisa com uma iniciativa do Partido Comunista! É estranho mas é verdade.

No entanto, parece-me importante salientar ó seguinte: sobre o diagnóstico estamos todos de acordo; sobre a necessidade da poupança popular também. Aliás, o Sr. Deputado Eduardo Pereira repetiu muito daquilo que eu tinha dito; não é que precisasse de conhecer as minhas palavras para repetir pois creio que tem capacidade própria para expressar opiniões válidas. Que a Assembleia da República devia ter um papel mais activo, óptimo, concordo com essa opinião e penso ate que a Assembleia aceitará o seu desafio. Pela minha parte estarei atento e bem precisado da solidariedade institucional da Assembleia e de todos os seus membros.

Por outro lado, queria dizer-lhe que me parece que a sua intervenção honrou muito a sua posição ,bem conhecida como técnico, uma vez que fez uma análise condigna das suas capacidades e do seu conhecimento e também honrou a sua posição como parlamentar, pois mostrou que um engenheiro que já foi ministro sabe manipular os números e quando é deputado sabe tirar da manipulação desses mesmos números uma ilação totalmente contrária: a de que o Governo se deve ir embora porque se está a dizer a mesma coisa que o Sr. Deputado d1sse então não serve. Essa atitude honra de facto a combatividade de um deputado, de um parlamentar. Bem haja também por isso!

Vozes do PSD e do CDS: - Muito bem!

outro lado, ainda lhe ficam dúvidas penso que isso talvez seja prova de que o Partido Comunista pensa de maneira diferente do Governo, em relação aos mesmos problemas.

De facto, voltou-se a falar dos dados estatísticos, no que o Governo pretende liberalizar, falou-se na transmíssividade mas tudo isso foi amplamente debatido aqui hoje. O Sr. Deputado Sousa Marques voltou a pôr dúvidas sobre o papel do crédito e voltou a pôr as mesmas dúvidas sobre o sector cooperativo.

Concluo daqui, portanto, que o que existe é uma grande diferença de comportamentos, ou seja, entre o comportamento do Partido Comunista Português e dos restantes partidos e a maioria dos partidos aqui representados. E, por outro lado, penso que essa diferença de comportamento é muito característica do Partido Comunista, ou seja da oposição, perante qualquer problema.

No fundo, parece-nos que o Sr. Deputado pensa que é mais importante conquistar o poder do que resolver os problemas dos Portugueses, pensa que é mais importante derrubar do que construir - é esta a minha resposta a esse conjunto de perguntas. E, neste contexto, a isso o Governo de que faço parte diz não!

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

Sr. Presidente: - Para que efeito é, Sr, Deputado?

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Tendo sido invocado pessoalmente, penso que torci o direito de gastar alguns segundos à Assembleia.

O Sr. Presidente: - Mas parece-me que o tempo do seu partido já está esgotado ...

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Não me refiro a um tempo de debate mas, sim, ao de invocação de um direito próprio ...

O Sr. Presidente:- O Sr. Deputado invoca o direito de defesa?

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Se quiser, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Então faça favor, Sr. Deputado, mas pedia-lhe que fosse breve.

O Sr. Ministro da Habitação, Obras Públicas e Transportes (Viana Baptista): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

É que eu não ataquei o Sr. Deputado Magalhães Mota. O inverso talvez seja verdadeiro ou pelo menos pretende-se que seja.

Risos do PSD.

O Sr. Presidente: -- Tem V. Ex.ª a palavra, Sr. Deputado Magalhães Mota.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Sr. Presidente,

Srs. Deputados: evidente que não me considero ofendido pelas declarações do Sr. Ministro. Até lhe agradeço a referência que fez, e que tomo necessariamente com algum sentido de humor, em relação ao alargamento das minhas leituras. Portanto, não é por aí que há problema.