tónica, romântica, que nada produziria a não ser a intenção expressa no próprio projecto.
O Sr. Gomes Fernandes (PS): -- Olhe que não!
O Orador: - Esperamos que o Sr. Deputado Gomes Fernandes veja depois o nosso projecto de lei com atenção. Embora tivéssemos saudado o projecto de lei do PS, reconhecemos, como eu disse na altura, que ele não tinha pernas para andar.
Quanto ao problema do CRUARB, Sr. Deputado Gomes Fernandes, digo-lhe que acredito perfeitamente que tenha havido um diálogo com as populações, mas o que é facto é que elas foram transferidas para o Regado, para o Lagarteiro, para S. Roque. Foram transferidas pessoas sozinhas, que ficaram absolutamente desenraizadas e teria sitio preferível transferir famílias, que tinha mais defesa do que pessoas isoladas. O que o Sr. Deputado me pode dizer é que não tem culpa que nas Torres do Aleixo não tivessem sido previstas casas Tl. Nisso dou-lhe toda a razão e estou a defendê-lo.
O Sr. Games Fernandes (P.5): - A defender-me?
O Sr. Gomes Fernandes (PS): - O Sr. Deputado reconhece a situação, por isso escusa de se estar a referir a ela!
O Orador: - Quanto ao Sr. Deputado Mota, do PCP, digo-lhe que o património arquitectónico do Porto teve origem ao longo dos anos, no tempo da instituição monárquica, que o senhor não defende. O senhor, se calhar, defende é uma instituição monárquica que já não existe, que é o absolutismo. Mas nem sequer já na Polónia aturam esse tipo de monarquia.
Protestos do PCP.
Mas esteja descansado, que eu também não conto com esse tipo de monarquia, nem o admito e estarei na primeira linha para impedir que volte a Portugal.
O Sr. Portugal da Silveira (PPM):- -Muito bem!
O Orador: - Também lhe digo que o «choradinho» que o Sr. Deputado faz do problema da degradação é uma maneira de manipular a miséria. Com outro aspecto, sabe quem é que o Sr. Deputado me lembra? É as tiazinhas pias da «Peregrinação Interior» do António Alçada Batista, que precisavam de uns pobrezinhos para se sentirem realizadas.
Os senhores precisam da miséria para se sentirem realizados e nós queremos acabar com a miséria!
Aplausos do PPM, do PSP e do CDS.
O Sr. António Mota (PCP): - Sr. Presidente, pretendia fazer um protesto.
O Sr. Presidente- - Acerca de quê, Sr. Deputado?
O Sr. António Mota (PCP): - Acerca das afirmações do Sr. Deputado do PPM em relação à minha intervenção.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado do PPM não se estava a referir, penso eu, à sua intervenção.
O Sr. António Mota (PCP): - Estava sim, Sr. Presidente. Referiu-se, directamente, à minha intervenção e citou o meu nome.
O Sr. Sousa Tavares (-PSD): - São as tias do Alçada!
O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra, mas peço-lhe que seja breve, senão não se discutem os outros pontos agendados pelo PCP na primeira parte da ordem do dia.
O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, estaremos de acordo se for para todos, mas não venha agora aplicar-se a regra, que não se aplicou aos outros, só porque se trata do Partido Comunista.
O Sr. Presidente: - Peço desculpa, Sr. Deputado, não estou a introduzir nenhuma regra nova. Estou só a recordar que a primeira parte do período da ordem do dia durará, no máximo, duas horas e que o Partido Comunista tem agendadas duas matérias que deseja que sejam tratadas neste período, mais nada.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Mota.
O Sr. António Mota (PCP): - Sr. Presidente, serei muito breve e pedi a palavra apenas porque foi referida a minha pessoa.
Digo ao Sr. Deputado do PPM que o meu partido nunca explorou ninguém e sempre defendeu os trabalhadores. Sabe o Sr. Deputado que eu sou trabalhador, sou operário metalúrgico, e portanto fui sempre explorado pela AD ...
Vozes do PSD:- Calma!
O Orador - ..., pelos patrões que vocês defendem, e as populações já no outro tempo eram ferozmente exploradas pela monarquia que o senhor hoje defende. Está a compreender, Sr. Deputado?
O Sr. António Moniz (PPM): - O que as populações não querem é ditadores!