Democracia representativa e da instituição parlamentar. Este é o sentido que lhe peço que aceite como uma manifestação da mais profunda convicção democrática, que sempre orientou a minha vida. E não posso deixar de pegar nas suas afirmações para lhe exigir que assim me tenha na qualidade de um democrata.

O que também não posso deixar de reter neste direito de defesa é que tenha interpretado aquilo que eu disse num sentido que eu, manifestamente, não quis. Eu quero que, efectivamente, este Parlamento legisle por forma a que seja dado à Igreja Católica um canal de televisão. E, por isso mesmo, disse que a produção legislativa desta Câmara seria necessariamente, uma síntese.

E quando V. Ex.ª no fim da sua intervenção faz uma interpretação política, que eu considero digna, inteligente e correcta, tem que considerar também que nesta Câmara existem democratas católicos e cristãos que, com certeza, encontraram uma recta intenção de satisfazer a pretensão da Igreja Católica.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente:- Tem a palavra o Sr. Deputado Almeida Santos.

que queria que aceitasse.

O Sr. António Arnaut (PS): - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Costa Andrade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Almeida Santos.

O Sr. Almeida Santos (PS): - Respondo ao Sr. Deputado Costa Andrade, dizendo-lhe que eu não tenho por provado que a Igreja Católica esteja, igualmente, empenhada num canal de televisão no dia em que o tivermos que dar a todas as confissões religiosas. Atrás delas provavelmente, viriam imediatamente acoitar-se grupos económicos e, talvez até, partidos políticos, gerando-se em Portugal um pandemónio de tal ordem na televisão, que não sei se é isso, sinceramente, que os Srs. Deputados querem.

Aplausos do PS e da UEDS.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Pena.

televisão à Igreja Católica e, consequentemente, para satisfazer esse objectivo.

Por outras palavras, o que gostaria de ter visto neste debate era a discussão, em termos de objectivo, e a frontalidade desse objectivo com a Constituição actual e não, naturalmente, desviadamente através de vários processos de intenção que se formularam, sob a capa de uma falta de elucidação por parte do Governo, aos objectivos do Governo, designadamente aos objectivos da Aliança Democrática, maioria que apoia esse Governo.

Quero dizer muito claramente - e isto relativamente à convicção que aqui foi apresentada, formalmente, pelo Sr. Deputado Almeida Santos- que a maioria, designadamente o Grupo Parlamentar do CDS, está perfeitamente de acordo com esse objectivo e querem, precisamente, que seja facultado à Igreja Católica um canal de televisão. Nesse sentido, estão dispostos a estudar, em sobreposição ao Governo e às soluções que o Governo apresenta na