O Orador: - O PCP, desde sempre tem condenado, de maneira veemente, a utilização e o recurso a processos de terrorismo e de bombismo para resolver as questões políticas nacionais.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Muito bem!

O Orador: -Oxalá o Sr. Deputado pudesse dizer o mesmos dos seus ex-amigos!

Uma voz do PSD- -Fomos nós que pusemos as bombas

O Orador: - Hoje, Sr. -Deputado, já se sabe quem pôs as bombas há 2 ou 3 anos!

Talvez o Sr. Deputado, daqui a mais 1 ou 2 anos, tenha que engolir o que disse, para não falar dos seus ex-amigos, ou ainda amigos da altura!

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para um protesto, o Sr. Deputado Rocha de Almeida.

O Sr. )bocha de Almeida (PSD): -Sr. Deputado Jorge Lemos, quero dizer-lhe que me conhece muito mal e, afinal, até os ,meus ex-amigos.

Eu passo na vida com a franqueza e a seriedade com que estou aqui a falar. Do meu passado não tenho que me envergonhar; no presente, proeuro cumprir com dignidade e quanto ao futuro, que a Deus pertence, se a vontade me for suficiente, farei sempre para estar com a dignidade com que hoje aqui falo.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Portugal ale Fonseca (PSD): -É verdade!

A Sr." lida Figueiredo (PCP): -É porta-voz deles?! ...

O Orador: -Sou e tenho muita honra nisso.

Risos do PCP.

Tenho muita honra em ser porta-voz dos trabalhadores è do Sindicato da Construção Civil de Aveiro.

A Sr." Deputada, que também é de lá, se não tem honra nisso, o problema é seu.

Aplausos de alguns deputados do PSD.

Dizia eu, que a Federação da Construção Civil que está afecta à Intersindical e que ainda é representante, para as negociações colectivas do Sindicato da Construção Civil de Aveiro, subscreveu abusivamente o pré-aviso de greve, quando a direcção e secretariado do Sindicato da Construção Civil de Aveiro é totalmente contra esta greve. É-o, efectivamente, no âmbito da UGT e nos termos em que a UGT o estabeleceu. Portanto, os trabalhadores estão a ser traídos, pela Intersindical, não são consultados, não se confirmam as noticias, e ...

Fozes do Per: - E mais nada! ...

O Orador: - 15to mostra, exactamente, quem são os meus ex-amigos e os amigos de hoje.

O Sr. Presidente- -Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lemos, para contraprotestar.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Com muita serenidade farei um contraprotesto.

Tenho que verificar -e a Câmara já o verificou que o Sr. Deputado, neste seu protesto, mudou o tom e até o paleio que utilizou. Digamos, já não veio chover sobre o chão molhado, como se costuma dizer, atacando o PCP de bombista e retirou os ataques ao movimento sindical, acusando-o de estar a provocar um estado insurreccional. Folgo com isso.

Tenho de verificar, e até verifico, que lhe soube responder e que o Sr. Deputado ficou esclarecido.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): -Muito bem!

O Orador: -. Quanto ao caso concreto que o Sr. Deputado aqui levantou, creio que não é de bom-tom discutirmos as questões internas do movimento sindical. Cabe aos deputados apoiar ou tentar mandar os seus ministros reprimir as lutas justas decretadas pelo movimento sindical.

É tudo o que tenho a dizer-lhe.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: -- Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Beiroco, para um protesto.

O Sr. Luís Beiroco (CDS): - Não posso deixar de protestar, pela forma abusiva como o Sr. Deputado Jorge Lemos se referiu a palavras preferidas, na televisão, pelo Sr. .Ministro da Administração Interna. O Sr. Ministro da Administração Interna não foi i3 televisão ameaçar quem quer que seja. Foi apenas dizer que quer o 'direito à greve quer o direito ao trabalho seriam garantidos como devem ser num Estado de direito. Foi isso e nada mais.

Compreendo, no entanto, que o Sr. Deputado Jorge Lemos tenha vindo aqui dizer isso. O isolamento do Partido Comunista é patente, é crescente, e para quem tivesse dúvidas, bastava ter assistido ontem ao tempo de antena do Partido Comunista, em que o seu secretário-geral pretendeu dizer que todos os demo-