Também não posso deixar de protestar pela tendência em responsabilizar a actual Câmara Municipal do Porto por todas as dificuldades que ela atravessa neste momento.
Devo dizer que tenho razões concretas para afirmar que muitos dos problemas com que se debate a actual Câmara Municipal do Porto são problemas que vêm de trás, são problemas até estruturais na medida em que a Câmara, com os encargos que tem, não tem qualquer possibilidade de dar satisfação plena às responsabilidades que assumiu, nomeadamente à satisfação das necessidades dos habitantes do concelho.
Vozes do PSD: - Muito bem!
O Orador: - Entendo que não é este o local próprio para responder às críticas da política de gestão camarária do Porto e o meu silêncio não deve ser interpretado no sentido de que considero exacto tudo o que foi dito, muito antes pelo contrário!
Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Cavaleiro Brandão.
sorrateira e brandamente, começou por anunciar a sua vontade de também servir a Câmara Municipal do Porto, verificámos que afinal apenas queria fazer também propaganda e repetir aqui tudo quanto temos ouvido a respeito de uma manobra que é politicamente ilegítima, que tem carácter insurreccional e que por isso vai ser, esperamos, condenada pelos portugueses e pelos trabalhadores portugueses.
Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado António Moniz.
O Sr. António Moniz (PPM): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Depois das intervenções dos Srs. Deputados Amândio de Azevedo e Cavaleiro Brandão pouco me resta para dizer.
Uma voz do PCP: - Então cale-se.
O Orador: - No entanto, também não queria deixar de fazer o meu protesto.
E protesto não em nome do deputado da Aliança Democrática, mas em nome do Porto. É que se há descontentamento não é em relação à administração da Aliança Democrática, mas em relação ao executivo da Câmara Municipal do Porto, no seu conjunto. E nesse executivo há pessoas de muitos partidos, inclusivamente tem a participação de V. Ex.ª.
A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Não foi a maioria AD?
O Orador: - Também queria dizer que foram feitas aqui afirmações que não correspondem à verdade, como é o caso do projecto J. B., que foi iniciado no tempo do Partido Socialista, e que foram os elementos da Aliança Democrática, tanto no executivo como na Assembleia Municipal, que tiveram coragem de lhe pôr travão.
Por outro lado, não percebi bem a inclusão nas críticas ao executivo da Câmara Municipal do Porto, dos problemas suscitados pela greve de amanhã. A não ser que o Sr. Deputado quisesse apontar o facto de muitos trabalhadores estarem a receber cartas anónimas em que são ameaçados, bem como as suas famílias, se por acaso forem trabalhar no dia 12.
Aplausos do PPM, do PSD e do CDS.
O Sr. Mário Tomé (UDP): - Mentiroso!
A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Provocador!
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Raúl de Castro para contraprotestar, se assim o entender.
O Sr. Raúl de Castro (MDP/CDE): - Em primeiro lugar queria estranhar a restrição que o Sr. Deputado Amândio de Azevedo faz à capacidade política desta Câmara de aqui debater e criticar a situação da segunda Câmara Municipal do país.
Uma voz do PCP: - Muito bem!
O Orador: - Parece que para o Sr. Deputado Amândio de Azevedo há assuntos que são tabus para esta Câmara. Um deles seria a análise e a crítica da actuação do executivo municipal do Porto, ainda que, repito, se trate do executivo da segunda cidade do País.
É evidente que não só aqui nesta Assembleia como na própria Câmara Municipal do Porto e não só na Assembleia Municipal, mas no seio do próprio executivo, eu próprio e outros deputados que não se identificam com a AD, temos criticado a actuação do executivo que é dominado pela maioria da AD.
É também para mim espantoso que o Sr. Deputado Amândio de Azevedo possa afirmar que não há nenhum problema quanto ao abastecimento de água à cidade do Porto.
Na realidade, a assembleia municipal anterior à actual decidiu ordenar um inquérito aos serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Porto. As conclusões desse inquérito foram aprovadas por