O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Almeida Santos.
Aplausos do PS, do PSD, do CDS, do PPM, da ASDI e da UEDS.
Não posso deixar de marcar uma diferença: é que nós entendemos que a crítica é livre e que, desde que não haja palavras insultuosas, ela não é necessariamente ofensiva nem caluniosa. A crítica é livre e não merece nenhuma espécie de sanção num país livre como é o nosso.
Quanto à predisposição em que chegaram a estar de nos darem uma abstenção honrosa e que depois, atendendo às palavras que aqui foram produzidas, julgaram por bem retirar, quero dizer que não proferi nenhuma e que agora me limitei a reagir porque o meu partido não lhe deu a justificação - a meu ver não justificada - invocada pelo Sr. Deputado Carlos Brito.
Aplausos do PS, do PSD, do CDS, do PPM, da ASDI e da UEDS.
O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.
O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quando o Sr. Deputado Almeida San-
tos se levantou tive um baque de consciência e pensei que ele ia pedir desculpas à bancada do PCP.
Risos do PSD, do PS, do CDS, do PPM, da ASDI e da UEDS.
O espírito democrático e a elegância que todos reconhecemos ao Sr. Deputado Almeida Santos não são bastantes para poder ser sincero e fazer aquilo que, estou convencido, é o que a sua consciência lhe dita neste momento. É o PCP quem merece um pedido de desculpas da sua parte, da vossa parte, tanto mais quanto é verdade que o Sr. Deputado Almeida Santos incidiu nas acusações caluniosas. Não lhe toleramos isso. Estamos, uma vez mais, contra isso!
E mais, Sr. Deputado Almeida Santos - não é calúnia dizê-lo, não é por acaso que todos estes acontecimentos desaguaram no dia de hoje.
Risos do CDS.
É porque às 24 horas começa a greve geral dos trabalhadores portugueses ...
Risos do PSD e do CDS.
... e este é o clima político que convém à AD para tentar desmobilizar a greve, tentar entravar a sua generalização e, eventualmente, reprimir os trabalhadores.
O Sr. Anselmo Aníbal (PCP): - Muito bem!
O Orador: - Nós aproveitamos por isso mesmo a circunstância deste debate para dizer o seguinte: a reacção e todos aqueles que com ela se unirem nesta jornada de luta dos trabalhadores serão cada vez mais isolados. O movimento andará para diante, a reacção será derrotada bem como todos aqueles que com ela colaboram.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está encerrado o debate.
Vamos votar a parte conclusiva do voto de protesto subscrito pelos deputados do Partida Socialista. Creio que a Câmara dispensará a sua leitura.
Vamos votar.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos favor do PSD, do PS, do CDS, do PPM, da ASDI, da UEDS e da UDP, votos contra do PCP e a abstenção do MDP/CDE.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Salgado Zenha, para uma declaração de voto.
O Sr. Salgado Zenha (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Neste debate foram feitas muitas considerações sobre temas laterais ao próprio fundo deste problema, o que não é de estranhar porque cada partido exprimiu os seus pontos de vista sobre vários assuntos relacionados com a ambiência em que este incidente deflagrou.
Mas, para finalizar, queríamos sintetizar o que consideramos ser essencial quanto a este ponto: o meu camarada Mário Soares fez certas declarações a um jornal espanhol; a União Soviética, através da sua