vamente, pela moção de censura que agora preconizam, podemos ou não encontrar a solução que mais convenha.

E não sei, Sr. Deputado Mário Soares, se isto lhe convirá ou não, mas estou apenas a lançar um desafio.

O Sr. Mário Soares (PS): - A interpelação é ao Governo, não ao PS!

O Orador: - Mas quando a interpelação é ao Governo movimentada necessariamente pelo PS, importava que o PS, na apresentação, tivesse dito desde logo quais os caminhos que pretendia percorrer para que pudéssemos dar a conveniente resposta.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Vozes do PS: - Não é isso!

O Orador: - Porque assim, Sr. Deputado Mário Soares, com o muito respeito que lhe devo por ser secretário-geral de um partido que eu respeito (e já vou dizer porquê), ficamos aqui no vácuo ...

O Sr. Salgado Zenha (PS): - No vácuo está a AD!

O Orador: - ..., e quando pretendemos dar resposta às vossas perguntas, porventura às vossas dúvidas, não sabemos quais elas são. Ficamos apenas numa situação muito difusa, cheia e apenas no plano das generalidades, o que não permitirá que este Parlamento se possa movimentar politicamente para poder

dar a resposta não tanto ao PS mas ao povo português como importava que fosse.

E eu falei há pouco no respeito que devo ao Sr. Mário Soares e apenas por esta razão: é que em democracia nós pretendemos, nós desejamos, nós sentimos que tem de existir uma oposição esclarecida, inteligente, forte, segura, unida, porque quanto melhor for a oposição, por certo, a maioria há-de encontrar também processos da sua própria solidificação.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Muito presunçoso!

O Orador:- E quando temos uma oposição que não corresponde a este desiderato, a democracia fica como que manca, fica falhada, e daí a necessidade e o respeito que eu tenho pelo PS, que gostaria que se manifestasse sempre e em todas as circunstâncias com esse espírito de coesão, de unidade de partido que tivesse realmente o seu campo.

E isto porque ainda há bem pouco tempo ouvi aqui um Sr. Deputado das vossas bancadas, quando fez a apresentação, dizer que o PS não é a direita do PCP

nem a esquerda do PSD. Onde é que fica então, que campo tem?

É portanto um partido sem espaço, sem campo ...

Aplausos do PSD e risos do PS.

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Estamos por cima.

O Orador: - ..., e essa é uma situação que profundamente

me desagrada como democrata.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Está a bater o Ângelo Correia!

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Os índices e as asneiras.

Risos do PCP e do PS.

O Orador: - Agradeço o favor que os comentários que me façam sejam audíveis

para poder responder e sobretudo que sejam feitos com elegância, com verdade, com educação, com correcção, para que o Parlamento dê expressão autêntica do valor que efectivamente tem e merece.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Eu já vou pôr a gravata, Sr. Ministro.

O Orador: - Mas, dizia eu, que houve alguns temas um tanto ou quanto desfocados e não me admirei depois quando, num triste exemplo que me foi dado pelo Sr. Deputado Almeida Santos (que eu continuo a venerar por todas as razões na medida em que aprecio muito a verticalidade dos seus propósitos e sobretudo o relacionamento humano que o exorna), ele referia que o Governo reunia na

Quero informar que o meu distinto amigo e Sr. Deputado Almeida Santos não está nas cinzas, está nas trevas. E o Sr. Deputado está nas trevas apenas por uma razão simples: é que o Governo não reúne às quartas ...

O Sr. Almeida Santos (PS): - Reúne às quintas!

entendemos que