ses factos. Ora, os factos existiram e portanto bastaria ao PCP - que não o fez até agora - demarcar-se desses factos, dizer que se houve uma força terrorista ou uma força revolucionária, seja ela qual for, que interveio no dia 12 de Fevereiro, perpetrando factos criminosos e procurando uma agitação social à margem da greve, não tiveram nada a ver com isso, não tiveram nada a ver com os 3 criminosos que estão presos pela Polícia Judiciária às ordens de um juiz de instrução criminal. A não ser que o Sr. Deputado Veiga de Oliveira me venha dizer que o juiz de instrução criminal também já está às ordens do Governo ou comprado pelo Sr. Ministro da Administração Interna.

Não há dúvida que eles foram mantidos em prisão sem caução e sem admissão de liberdade provisória. Portanto, os factos são graves.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Deputado, dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Como o Sr. Deputado poderá não dispor de figura regimental para intervir, dou-lhe licença que me interrompa, mas que o tempo que despender fique descontado no seu partido.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - O Sr. Presidente dá-me licença que use do benefício que o Sr. Deputado Sousa Tavares me dá de o interromper, mas indicando eu à Mesa que o tempo que despender nesta curta interrupção será à conta do tempo do meu partido?

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Regimentalmente é o orador que está a usar da palavra que lhe dá licença para a interrupção!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Jerónimo de Sousa fez uma intervenção à qual estão a ser formulados pedidos de esclarecimento. Estamos a desviar-nos do assunto e portanto peço aos Srs. Deputados Sousa Tavares e Carlos Brito o favor de abreviarem as suas intervenções e referirem-se à intervenção do Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, seguirei as indicações que V.Ex.ª propôs.

Para facilitar o andamento dos trabalhos e para ajudar o Sr. Deputado Sousa Tavares a localizar-se bem naquilo que é a posição do PCP nesta questão, gostaria de dizer que estamos completamente demarcados desses acontecimentos. Não dizemos nem nunca dissemos que eles não existiram.

Quanto aos 3 presos que o Sr. Deputado acaba de referir, o Sr. Ministro que venha aqui à Assembleia dizer quem são, qual é a sua filiação partidária e

o que estavam a fazer, pois não temos o menor receio disso. Se calhar

vir-se-á a descobrir que são pessoas mais ligadas ao partido do Sr. Deputado ...

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

... como Ramiro Moreira, e outras que se têm descoberto.

Aplausos do PCP.

O Orador: - Sr. Deputado Carlos Brito, essa música é antiga. Felizmente as pessoas que estão presas

estão identificadas. Aliás, reclamam-se de uma força política que já se tem reclamado publicamente de vários actos terroristas, e reclamam pertencer a essa mesma força.

Mas o problema que levanto é o seguinte: porque é que os senhores negaram a existência desses factos? O Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, de certa maneira, acabou de os negar - inclusivamente, falou-se nas mentiras do Sr. Ministro Ângelo Correia.

O Sr. Jorge (Lemos (PCP): - E é verdade!

senhores estão demarcados, se não têm nada a ver com isto, se a greve geral está para um lado e a tentativa de insurreição ou de inserção de actos terroristas está de outro lado, compete-lhes não negar a verdade dos factos, mas dizer simplesmente que nada têm a ver com a sua actuação.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, chegámos à hora regimental do intervalo. Encontram-se ainda 2 Srs. Deputados inscritos que tomarão a palavra depois do intervalo.

Está suspensa a sessão até às 18 horas e 5 minutos.

Eram 17 horas e 35 minutos.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está reaberta a sessão.

Eram 18 horas e 30 minutos.

O Sr. Presidente: - Para um protesto, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Pereira.

O Sr. Manuel Pereira (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pedi a palavra para protestar contra a intervenção do Sr. Deputado Veiga de Oliveira.

Queria dizer, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, que nos parecem desapropriadas as expressões aqui usadas pelo Sr. Deputado Veiga de Oliveira, nomeadamente quando se diz de um membro de um órgão de soberania que ele "falou sob a influência dos copos ou de qualquer remédio que tomou" ou se apresentou na televisão com "um ar de farsante".

Vozes do PCP: - E é verdade!