Que medidas concretas pensa o MAS adoptar para alterar a actual situação de desaproveitamento das instalações hospitalares?

3) Julga o Sr. Ministro possível que na adopção de medidas profundas de reorganização dos hospitais centrais, uma estrutura e rendimento eficazes são possíveis sem a aplicação de um regime de trabalho exclusivo para os médicos do quadro permanente?

4) Em que estrutura ou estruturas centra o Sr. Ministro uma rede de cuidados básicos de saúde?

Aplausos do MDP/CDE, do PS, do PCP, da UEDS e da UDP.

Entretanto, reassumiu a presidência o Sr. Presidente Oliveira Dias.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Sousa Tavares.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Srs. Membros do Governo, Sr. Presidente e Srs. Deputados: O Partido Socialista entendeu, por bem, fazer uma interpelação ao Governo sobre política geral, que vimos exposta esta manhã por 4 dos seus máximos dirigentes.

Em primeiro lugar, devo dizer que saúdo democraticamente o Partido Socialista por ter feito uma interpelação e uma crítica ao Governo, no lugar próprio e da maneira própria.

Em segundo lugar, lamento que o Partido Socialista, ao fazer uma interpelação ao Governo sobre política geral, a tenha mantido um pouco em moldes académicos, que poderá ser considerada como uma conferência clássica da oposição contra um governo, também clássico, no Poder. O Partido Socialista não formulou, exactamente, os seus motivos de crítica. Generalizou, de uma forma pouco concreta, que tudo ia mal.

O Sr. António Arnaut (PS): - É sobre política geral!

O Orador: - Vai tudo mal no campo, na cidade, no Governo, nas serras, no mar, nas pescas, na agricultura, no comércio, na indústria, nas finanças, sei lá!

O Sr. António Arnaut (PS): - E nos hospitais!

O Orador: - Penso que o Partido Socialista, ao fazer esta interpelação, tem como finalidade apresentar-se como alternativa ao Governo.

O Sr. António Arnaut (PS): - Muito bem!

O Sr. António Arnaut (PS): - E vai!

O Orador: - ..., para dizer, exactamente, quais os seus planos de governo.

Quando se fala aqui em modelo de sociedade diferente, o Partido Socialista deverá dizer qual é esse

modelo de sociedade e quais são as formas de estrutura que preconiza aqui, agora e no concreto deste país. Porque não podemos ficar eternamente a falar de formas de estrutura e de apresentação de um novo modelo de sociedade, sem que se diga que formas de estruturas são essas e que modelo de sociedade se pretende.

Foi, levantada aqui por um deputado do Partido Socialista, talvez aquele que tenha feito a oração mais interessante - refiro-me ao deputado Jorge Sampaio -, a questão de não poder resultar desta política um desenvolvimento económico

da Nação.

Acredito. Admito até que, na época de crise que estamos a viver em toda a Europa, uma política de desenvolvimento não seja susceptível de triunfar em parte nenhuma. Mas penso que o Partido Socialista, ao apresentar-se como alternativa e fazendo a crítica do não desenvolvimento, tem que demonstrar

que essa política de desenvolvimento é possível, em que moldes, como e com que objectivos imediatos. E como será fundamento. Porque ainda recentemente alguns dos grandes dirigentes daquele partido disseram que não tinham grandes críticas a fazer, inclusivamente, sobre a actuação da actual direcção do órgão de comunicação social mais atacado, que é a RTP.

Diria mesmo que, além da RTP, se deu recentemente uma evolução na direcção da Radiodifusão Portuguesa e que o Partido Socialista, com certeza, concordou com as alterações aí feitas e, inclusivamente, terá tido nelas uma certa influência.

O Sr. Manuel da Costa (PS): - O quê?...

O Orador: - Quanto aos outros órgãos de comunicação social estatizados, penso que o Partido Socialista não tem qualquer crítica a fazer, quer da audiência de todas as suas teses, quer, inclusivamente, das intervenções que os seus dirigentes têm nesses órgãos de comunicação social. Assim, direi que a comunicação social é apenas um motivo de propaganda fácil. Não é baseado na realidade, em nada de concreto, não se estrutura em nenhuma acusação real, não parte de uma observação dos factos, mas sim de uma forma ideológica preconcebida.

Uma voz do PSD: - Muito bem!